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Procura por petróleo deve atingir níveis pré-pandémicos em 2022

“Testemunhámos a destruição da procura como consequência da redução da atividade económica, interrupção dos transportes, interrupção do livre fluxo de mercadorias… Mas isso já passou”, admitiu Alan Heng, CEO interino da Pavilion Energy.
27 Setembro 2021, 15h23

A procura mundial por petróleo deverá atingir níveis pré-pandemia no início do próximo ano, enquanto as economias continuam a melhorar e a apresentar melhores resultados após a Covid-19. No entanto, os produtores e traders presentes na Conferência do Petróleo Ásia-Pacífico – que teve início esta segunda-feira – aponta que a capacidade de refinação pode pesar nas perspetivas positivas

De acordo com a “Reuters”, as perspetivas da conferência está em linha com a previsão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e acima das estimativas da Agência Internacional de Energia (AIE).

As perspetivas do presidente da Hess Corporation, Greg Hill, mostram que a procura deve aumentar para 100 milhões de barris por dia até ao final do presente ano ou já no início de 2022. Em termos comparativos, os países consumiram 99,7 milhões de barris por dia em 2019, um valor que caiu drasticamente em 2020 e 2021 por causa da pandemia e da suspensão de muitas atividades económicas.

As tendências analisadas na conferência indicam que o consumo de gasolina e diesel mostraram um crescimento nos últimos meses. As refinarias esperam que a recuperação da procura aumente os lucros e crie espaço para uma nova produção, ainda que os especialistas avisam que a capacidade de refinação pode ser fraca.

“Testemunhámos a destruição da procura como consequência da redução da atividade económica, interrupção dos transportes, interrupção do livre fluxo de mercadorias… Mas isso já passou”, admitiu Alan Heng, CEO interino da Pavilion Energy. “Estamos a lidar com o período pós-pandemia e aprender a conviver com o vírus… A procura de energia começou a aumentar e isso é uma boa notícia para nós”, considerou.

Com a abertura das maiores economias mundiais depois das fases mais graves da pandemia, a procura por combustíveis voltou a aumentar, uma vez que as pessoas deixaram de trabalhar em casa e regressaram às empresas, colocando-as em deslocações permanentes.

“Ainda há muita capacidade não utilizada e muita capacidade foi retirada do fluxo”, apontou Eugene Leong, presidente da BP Singapura e CEO do Comércio e Transporte da BP na Ásia-Pacífico e Médio Oriente. “A capacidade sobressalente provavelmente funcionará como um limite para as margens”, disse ele durante a conferência, segundo a publicação.

Apesar do preço por barril estar abaixo dos 80 dólares, a Goldman Sachs perspetiva que atingiram os 90 dólares até ao fim do ano, um valor que irá aumentar o preço dos combustíveis.

A OPEP prevê que a procura global ronde uma média de 100,8 milhões de barris diários em 2022, excedendo então os barris de 2019. Por sua vez, a AIE estima uma média de 96,1 ,milhões de barris ao dia até ao fim de 2021 e de 99,4 milhões de barris diários em 2022, contra os 90,9 milhões alcançados em 2020.

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