Em comunicado a APREN fez um balanço da primeira metade do ano no que diz respeito à produção de eletricidade a partir de fontes renováveis. A produção renovável representou 79,3% da eletricidade no 1º semestre de 2025.
No contexto europeu, Portugal foi o quarto país com maior incorporação renovável na produção elétrica, apenas atrás da Noruega (97,6%), Dinamarca (86,5%) e Áustria (80,2%).
O Boletim Eletricidade Renovável elaborado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), revela que, “entre janeiro e junho, 79,3% da eletricidade produzida em Portugal Continental teve origem em fontes renováveis. No total, foram gerados 26 059 GWh de eletricidade, com a hídrica (9.606 GWh), a eólica (6.835 GWh) e a solar (2.845 GWh) a liderarem o mix de produção limpa”, revela a associação.
Nessa análise constam também os dados relativos ao mês de junho onde, pela primeira vez, a produção solar superou a produção eólica.
O primeiro semestre ficou ainda marcado por um marco inédito, revela a APREN, é que em junho, a produção solar superou, pela primeira vez e apenas por uma décima, a produção eólica. Neste mês, a incorporação renovável atingiu os 68,0%, com a geração elétrica nacional a crescer 25,2% face ao mesmo mês de 2024, impulsionada por um aumento de 277 GWh na produção solar e de 596 GWh no uso de gás natural.
A APREN diz ainda que durante este período, “a produção renovável evitou a emissão de 5,7 MtCO₂eq e gerou uma poupança acumulada de 4.415 milhões de euros no mercado grossista, através da produção em regime especial (PRE). O setor eletroprodutor emitiu 1,25 MtCO₂eq, com um valor médio de 48,1 gCO₂-eq/kWh”.
Já o preço médio do CO₂ no Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) foi de 71,1 euros/tCO₂, mais 11,6% que no período homólogo.
No primeiro semestre, o preço médio da eletricidade no MIBEL em Portugal foi de 63,3 euros/MWh, revela o Boletim que acrescenta que “foram registadas 1.196 horas não consecutivas em que a produção renovável foi suficiente para satisfazer integralmente o consumo elétrico nacional.
Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN, destaca que “estes dados refletem o impacto estrutural das renováveis no sistema elétrico nacional, não só em termos ambientais e económicos, mas também ao nível da segurança e independência energética. É essencial continuar a investir em soluções que reforcem as redes, o armazenamento e a flexibilidade para consolidar este caminho”.
Os dados da APREN revelam que desde 2015, a capacidade renovável instalada cresceu 8.994 MW (+73,2%). Entre dezembro de 2024 e maio de 2025, esse aumento foi de 510 MW, com destaque para a energia solar fotovoltaica, que registou um crescimento de 499 MW (264 MW na componente centralizada e 235 MW na descentralizada).
O solar ultrapassou, pela primeira vez, os 6 GW de capacidade instalada.
A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) é uma associação sem fins lucrativos, constituída em outubro de 1988, com a missão de coordenação e representação dos interesses comuns dos seus Associados na promoção das Energias Renováveis no setor da eletricidade.
“A APREN reforça a necessidade de acelerar a criação de condições de mercado que valorizem o contributo das renováveis e permitam a transição energética com sustentabilidade, segurança e competitividade”, conclui.
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