Fáceis.
O Camilo Lourenço vai continuar a anunciar desgraças… com saudades dos salteadores da Troika e Massamá. Nem Teodora Cardoso o inspira nem a Comissão Europeia o compreende. Às vezes nem o FMI!
Uma certeza. A batalha de Alepo chegou ao fim, sem que os jornalistas e comentadores do Público, Expresso e outros media, ditos de referência, enxergassem um único Daesh em Alepo. Acredita-se que em 2017, mudados os tempos e os ventos, os encontrem, depois de pertinazes investigações jornalísticas… na Europa.
Mais difíceis.
Continuando o despejo de euros sobre os buracos financeiros cavados pela gestão financeira privada e de excelência, certificada pelas nossas Business Schools, poderá faltar dinheiro para o Tratado Orçamental. Mas como a França é a França e a Itália é a Itália, Portugal, talvez seja Portugal e logo… tudo como dantes. Nós atrás do défice e da dívida, e eles aos saltinhos. Pode ser, mas também não é certo, que a DBRS faça o que apetece fazer ao BCE, isto é, a Schäuble e Merkel. Mas talvez não… há eleições na França, Alemanha, Itália, há o Brexit, e etc., e alguma confusão, mesmo no pátio das traseiras, pode não ser conveniente. E a conveniência da Alemanha e do grande capital estão acima de todas as dúvidas e outras conveniências.
Pode ser que o grande capital português deixe de fazer “greve” aos investimentos e chova o investimento privado, com o dinheiro que vão poupar pela descida da TSU, no bolo-rei que o Governo lhes ofereceu. Pode ser mas não é certo. A conversa de baixos salários para que as empresas tenham dinheiro para investir e para que, amanhã, haja mais emprego e melhores salários, é uma velha treta repetida à exaustão nas últimas quatro décadas. Mais certo é que o Ferraz da Costa continue a aparecer nos jornais e etc. a dar entrevistas… sobre os investimentos que não se fazem por causa do tal Governo apoiado por certa gente.
Pode ser que o clima lá mais para o Verão corra de feição e não haja temperaturas muito elevadas, tempo seco e ventos continentais, e assim as áreas de floresta ardidas retomem o valor fixado na Lei (nada como o clima para cumprir a lei!). Pode ser, e se assim for, constata-se o resultado positivo das medidas governamentais tomadas na Lousã (“Reforma do Sector Florestal”, 27OUT16). Se acontecer o contrário, teremos certamente um novo pacote florestal lá para Outubro de 2017, culpando dos incêndios os pequenos proprietários florestais e… o clima.
Pode ser que o clima ainda corra mais de feição e não haja muita chuva nem muito vento, e logo não haja muita energia eléctrica ao preço da chuva, porque teremos que a pagar ao preço do ouro.
Pode ser que o preço do petróleo não suba. Ou que o Trump valorize o dólar e o euro desvalorize… E etc…
Acaba assim, por ser fácil, fazer prognósticos em Portugal: ou depende da Europa, ou dos mercados, ou do clima. E, logo, os governos e as políticas, aconteça o que acontecer, não têm culpa nenhuma! Apenas não cortam cerce o nó dos constrangimentos que amarram este país, velho de oito séculos, à dependência, estagnação económica, pobreza e atraso.
O autor escreve segundo a antiga ortografia.