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Projeto inovador da Universidade da Madeira e da Unidade de Bioquímica madeirense recebe 100 mil euros

O projeto consiste em criar cápsulas de iodo como suplemento alimentar.
  • Campus da Universidade da Madeira, Penteada, Funchal
31 Julho 2020, 13h04

O projeto Iodo azul, desenvolvido pela Universidade da Madeira (UMa) e pela Unidade de Bioquímica da Madeira (UBQ II), empresa sediada na Região Autónoma da Madeira, especialmente vocacionada para a economia azul, obteve um financiamento de 100 mil euros, no âmbito da call INNOV-ID, ao abrigo de um fundo de capital de risco gerido pela Portugal Ventures, em parceria com a ANI – Agência Nacional de Inovação, a PME Investimentos, Sociedade de Investimento e a Startup Portugal.

O financiamento vai ajudar na obtenção das patentes nacionais e internacionais, na compra de equipamento industrial, na criação de dois a três postos de trabalho, no desenvolvimento da estratégia comercial do produto (desenvolvimento de imagem, designadamente embalagem, rotulagem, branding em geral) e, posteriormente, na transferência para o mercado das cápsulas de iodo, como suplemento alimentar.

A insuficiência de iodo é uma das principais deficiências nutricionais no mundo. Os distúrbios causados por esta insuficiência são praticamente transversais a todos os indivíduos, sendo particularmente prejudicais nas crianças, mulheres grávidas e lactantes, e nos idosos.

Assim, a UMa e a UQB II uniram esforços e desenvolveram bio-extratos de macroalgas marinhas para combater a carência de iodo na população mundial. A investigação deu frutos e originou vários protótipos de produtos alimentares, com incorporação de algas, como, especiarias e outros de valor acrescentado a produtos existentes como farinhas, pão e pastas, e, sobretudo, um suplemento alimentar, designadamente as cápsulas de extrato rico em iodo.

Estas cápsulas são um extrato natural, que, para além do iodo, fornecem uma gama diversificada de nutrientes, vitaminas e minerais benéficos para o metabolismo humano, nomeadamente ferro, cálcio, magnésio e proteínas, entre outros. As proteínas das macroalgas marinhas utilizadas neste produto possuem um elevado teor de aminoácidos essenciais, garantindo a estabilidade do iodo durante a assimilação.

A equipa de trabalho responsável pela apresentação da candidatura à Portugal Ventures é composta por Eduardo Leite, docente da Escola Superior de Tecnologias e Gestão da UMa e coordenador nacional do Poliempreende – programa universitário de empreendedorismo, por Miguel Ângelo Carvalho, docente da Faculdade de Ciência da Vida e coordenador e investigador do ISOPlexis – Centro de Agricultura Sustentável e Tecnologia Alimentar da UMa; por Nuno Nunes, estudante de doutoramento, e por Sónia Alves, bolseira de investigação no ISOPlexis.

Integram também esta equipa Danny de Sousa, Maria Miguel Leite e Helena Pinho, respetivamente, gerente, coordenadora geral e administrativa da UBQ II. Esta equipa respondeu ao repto lançado pela StartUp Madeira e pela Vice-Reitora para a área de empreendedorismo da UMa.

A Portugal Ventures é uma sociedade gestora de fundos de capital de risco público vocacionada para apoiar o desenvolvimento de projetos inovadores com impacto na competitividade nacional e com capacidade de internacionalização.

Para apoiar as startups portuguesas e o ecossistema do empreendedorismo a superar as consequências da pandemia Covid-19, a Sociedade lançou três instrumentos de financiamento, entre os quais destaca-se a call INNOV-ID. Esta call visa promover o acesso ao financiamento de capital de risco a projetos de âmbito científico e tecnológico, nas fases Pre-Seed, Seed ou Early-Stage, que possuam tecnologia desenvolvida, mas que estejam ainda em fase de protótipo, prova de conceito ou em validação de product-market-fit. Na Madeira a dinamização é garantida pela Startup Madeira, parceiro oficial da Portugal Ventures.

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