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Projeto quer ligar Porto a Madrid de comboio em três horas (com áudio)

Linha de alta velocidade de Trás-os-Montes teria um custo superior a 3.700 milhões de euros e ligaria Porto e Vila Real em 43 minutos e a invicta e Bragança em 1h14 minutos.
6 Outubro 2021, 08h05

É possível ligar Porto a Madrid de comboio no espaço de três horas? Um estudo concluiu que é possível ligar a segunda maior cidade portuguesa à capital espanhola neste espaço de tempo.

O estudo foi realizado pela Associação Vale D’Ouro e visa a criação da Linha de Alta Velocidade de Trás-os-Montes (LAVTM) que permitiria ligar o Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto à linha de alta velocidade entre Madrid e a Galiza. Do lado português, esta linha passaria por Paços de Ferreira, Amarante, Vila Real, Alijó/Murça, Mirandela, Podence/Macedo de Cavaleiros e Bragança.

Dentro de Portugal, esta linha vai ter um tempo de viagem de 43 minutos entre o Porto e Vila Real e de 1h14 minutos entre a invicta e Bragança.

A linha proposta tem tráfego misto e vai ter velocidades de 160 km/hora até Paços de Ferreira, de 200 km/h até Vila Real e de 250 km/h no restante traçado.

Esta linha teria um custo de “3.770 milhões de euros sem contingências, valor que inclui cerca de 400 milhões de euros relativos ao troço a construir em Espanha”.

O documento também destaca que vai ser possível ligar Lisboa-Madrid via Porto em 4h15 minutos, depois da modernização da linha Lisboa-Porto para a alta velocidade, um projeto previsto no âmbito do Programa Nacional de Investimentos (PNI 2030).

Os autores do estudo defendem que seja “considerada a elaboração de um estudo isento para os corredores Porto-Vila Real-Bragança-Zamora e Aveiro-Viseu-Salamanca, com o qual seja possível aferir e comparar ambos os projetos do ponto de vista socioeconómico, territorial e ambiental, incluindo a respetiva viabilidade económica e criação de valor para a economia portuguesa, de forma a perceber-se qual dos dois é o prioritário por ser o que mais interessa a Portugal, no contexto da necessidade de criação de um corredor ferroviário internacional de altas prestações a norte”.

Este corredor “poderá ser a pedra basilar de um eixo ibérico de AV Lisboa-Porto-Madrid, que liga três aeroportos (Lx, Prt e Mad), reforçando o aeroporto Francisco Sá Carneiro como hub de apoio ao aeroporto Humberto Delgado em Lisboa e como principal hub de transporte aéreo do Noroeste Peninsular, como também, permite criar uma via-férrea de alta capacidade para transporte de mercadorias de e para a Europa Ocidental, coincidindo o respetivo ponto de amarração com o centro de gravidade das exportações do centro e norte de Portugal”.

A associação destaca que este estudo “permitiu reforçar a convicção” que a linha de Trás-os-Montes é o linha de Trás-os-Montes é o “corredor ferroviário que melhor defende os interesses do Portugal, permitindo cumulativamente devolver à região o modo de transporte ferroviário que foi descontinuado, no início da década de 90”.

Destacando que “Bragança está significativamente mais perto de Madrid (2h30 de automóvel combinado com comboio AV) do que de Lisboa (6h30 de autocarro)”, os autores concluem que este projeto “não se trata apenas de um projeto de índole regional”, mas de um projeto de “âmbito nacional e ibérico”.

“Elaborado de acordo com as normas do Administrador de Infraesctruturas Ferroviarias espanhol (ADIF), o traçado agora apresentado, é ambicioso e apresenta inclinações máximas de 15‰ e velocidades até 250 km/h, estando preparado para tráfego misto, garantindo ligações às linhas de AV Lisboa-Porto-Vigo e Madrid-Galiza, e às ligações convencionais da linha do Minho e da ligação Orense-Zamora-Medina del Campo”, segundo o relatório elaborado por

O documento também destaca que vai ser possível ligar Lisboa-Madrid via Porto em 4h15 minutos, depois da modernização da linha Lisboa-Porto para a alta velocidade, um projeto previsto no âmbito do Programa Nacional de Investimentos (PNI 2030).

Os promotores do estudo destacam que, com este projeto, seria necessário apenas um troço de 35 quilómetros para ligar a linha esta linha permitiria ligar a fronteira luso-espanhola à linha de AV Madrid Galiza, em vez dos 200 km necessários para ligar Vilar Formoso à linha de AV em Medina del Campo, permitindo ainda uma ligação ferroviária de mercadorias com cargas líquidas superiores à dos outros corredores previstos e em operação, nomeadamente o corredor Aveiro-Viseu-Salamanca”.

Os autores do estudo destacam que este projeto é “posterior aos investimentos em curso no Ferrovia 2020 e previstos no PNI 2030, nomeadamente a linha do Vale do Sousa que será um ponto de alimentação do novo eixo transmontano, e a linha do Douro, na medida em que serve o Vale do Douro garantindo a mobilidade de pessoas e serve de apoio ao turismo, podendo no futuro ser o grande eixo turístico entre Porto e Salamanca/Madrid, e um eixo que permitirá alavancar os fluxos de mercadorias do norte de Portugal, quer do minério de Moncorvo, quer na ampliação e reforço do hinterland do Porto de Leixões”.

O estudo aponta que este eixo ferroviária “revolucionará a mobilidade e a acessibilidade da Região Norte, com um impacto positivo para toda a economia nacional, nomeadamente no papel de facilitador económico de apoio ao setor exportador, encolhendo e diminuindo distâncias, o que permitirá a transferência modal para a ferrovia, quer do modo rodoviário, quer do modo aéreo nos voos de curta distância, nomeadamente no triângulo Lisboa/Porto/Madrid, fruto dos tempos de viagem possíveis para o transporte de passageiros”.

 

 

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