É uma das cientistas portuguesas mais conhecidas no país e lá fora. Pioneira na investigação europeia sobre eletrónica transparente, demonstrou que os materiais à base de óxidos metálicos podem ser usados como verdadeiros semicondutores. A seguir, também com o marido, o cientista Rodrigo Martins, demonstrou a possibilidade de fazer o primeiro transístor de papel e iniciou um novo campo na área de eletrónica de papel. Professora catedrática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Elvira Fortunato é vice-reitora da Nova para a área da investigação e diretora do Instituto de Nanomateriais, Nanofabricação e Nanomodelação.
Nesta entrevista fala da necessidade de haver mais dinheiro para a ciência, da oportunidade única do Plano de Recuperação e Resiliência, da importância dos laboratórios colaborativos e das parcerias Universidade-Empresa, chave para o desenvolvimento da investigação e da ciência e a criação de riqueza no país. Uma palavra ainda para o Prémio de Investigação Colaborativa Santander Nova, destinado aos jovens investigadores e que acarinha particularmente.
“Temos de pensar grande e atrevermo-nos sem complexos”. Estas palavras são suas e foram ditas numa entrevista a Miguel Sousa Tavares. Funcionam como a sua bússola?
É verdade. Partilho muito dessa visão em tudo o que faço e também no meu papel de professora, tento incutir e transmitir isso aos alunos que por mim têm passado.
Juntamente com o seu marido, o cientista Rodrigo Martins, foi pioneira da eletrónica transparente. Mais tarde inventaram o transístor de papel. Qual o segredo destas invenções?
Não há segredo… o segredo é muito trabalho e espirito criativo. Muito trabalho aliado a uma grande paixão por aquilo que fazemos e tentarmos imaginar o futuro. Esta nossa vida de investigadores, acaba por ter uma continuação em casa, como de um assunto de família se tratasse, pois somos dois a pensar e um recetor, ainda, que é a nossa filha! A nossa casa, tem continuação aqui, porque a nossa equipa acaba por ser também uma grande família. Não existe nas nossas vidas essa distinção clássica entre o pessoal e o profissional, nem temos propriamente um trabalho no sentido literal da palavra. Há acima de tudo, uma grande paixão pela investigação que fazemos e por querer fazer sempre mais e melhor. Sabemos que com isso ajudamos a desenhar coisas, que vão para além dos nossos destinos.
As vossas invenções já estão a ter impacto concreto na sociedade?
Na eletrónica transparente, sim. Face ao nosso trabalho pioneiro nesta área, tivemos um contrato grande com a Samsung e já há computadores, tablets e telemóveis que a utilizam. A área da eletrónica transparente tem também uma grande utilização nos mostradores, especialmente mostradores de alta resolução. Também já há produtos no mercado com esta tecnologia à base de óxidos metálicos. Esta atividade, reconhecida pela outra, mostra como podemos criar tecnologia a partir das ideias, como prova o prémio Horizon Impact Award 2020, pelo projeto que iniciei como uma ideia, suportado por uma bolsa avançada do ERC em 2008.
E o transístor de papel?
Na área do transístor de papel, não há ainda produtos a serem comercializados, contudo, há um grande movimento a nível europeu que também é acompanhado por um movimento a nível nacional nesse sentido. Aqui, somos os fundadores do laboratório colaborativo AlmaScience, que irá fazer a ponte para o mercado de todas as ideias que ajudamos a construir com a eletrónica de papel. Aqui, quero mencionar que o que nos moveu foi pensarmos uma tecnologia verde que contribuísses para a nossa sustentabilidade! Por isso, registamos mundialmente, há mais de 14 anos a marca paper-e the green electronics for the future….Isto é imaginamos o que o futuro poderia ser….
Pode explicar do que se trata?
O problema da descarbonização e a necessidade de termos cada vez mais que utilizar embalagens de papel em substituição dos plásticos de origem fóssil ou criar plataformas inteligentes facilmente recicláveis, com base em materiais abundantes e fáceis de reciclar. Foi o criar uma estrutura que pudesse servir de ponte ente o que a universidade cria, em termos de inovação e as necessidades de mercado, para aplicações tão diversas, como da segurança (de componentes e alimentar), saúde e interfaces de comunicação de baixo custo e autónomas, em termos energéticos que levou há constituição do laboratório colaborativo AlmaScience. Este laboratório é coordenado por uma empresa com a qual nós já trabalhávamos e que tem muito interesse nestas áreas: a Imprensa Nacional Casa da Moeda e integra também a Fraunhofer Portugal, a Navigator, empresa da área do papel número um em Portugal, o laboratório de análises clínicas Clara Saúde e a Raiz, que é um centro de investigação também relacionado com a área do papel, a que se associaram recentemente outras empresas. Basicamente o que se está a tentar fazer é criar junto das empresas, não só a nível nacional como a nível internacional, aplicações sustentáveis na área do papel/celulose e dos materiais de origem renovável que cubram diferentes sectores, nomeadamente da saúde, energia e das tecnologias de informação e comunicação.
O que inventaram foi patenteado?
Sim. Na área da electrónica transparente, somos inventores, mas a patente é da Samsung, empresa com a qual trabalhamos. Foi há mais de 10 anos… o nosso país ainda está a aprender a trabalhar na área das patentes e tem de suportar mais esta área. As patentes têm custos muito elevados e não há em Portugal nem nas instituições mecanismos de financiamento, nem depois, para a devida exploração das mesmas. Sabemos que as patentes são um dos mais importantes indicadores de inovação tecnológica, mas não está a ser acarinhado pelo país. A nossa invenção na área do papel está salvaguardada e é pertença da Universidade Nova de Lisboa, muito embora todos os custos tenham sido e estejam a ser suportados por nós.
Portugal tem, de facto, dificuldade em gerar riqueza a partir do conhecimento que é produzido na academia. Os laboratórios colaborativos, instrumentos de política pública criados pelo ministro Manuel Heitor, vão permitir desatar esse nó? São, na sua perspetiva, o caminho para o desenvolvimento da investigação e da ciência e a criação de riqueza?
São um caminho, não o único, mas um dos caminhos que pensamos poder vir. Dinamizar e a preencher um vazio que existe: a efetiva ligação da academia ao que a indústria de futuro pretende e ser uma porta aberta para a prosperidade. Infelizmente, ainda observamos um desfasamento e uma separação grandes entre a academia e a indústria, o que torna necessária a existência de mecanismos “top down” (de cima para baixo), nomeadamente ao nível das políticas púbicas. Os laboratórios colaborativos foram, de facto, uma excelente iniciativa para aproximar estes dois mundos e fazê-los trabalhar e partilhar em conjunto uma visão comum de prosperidade para o país que impacte em todos nós.
O PRR é uma oportunidade para a ciência em Portugal?
Portugal tem, neste momento, um pacote financeiro como nunca: o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), os fundos do Programa Horizonte Europa e vai ter os fundos estruturais através do PT 2030. Até morrer, eu e muita gente no país, não vai conhecer um período tão rico de oportunidades, com tantas fontes de financiamento em simultâneo, como agora. É uma oportunidade imensa a todos os níveis e em particular para catapultar a economia de Portugal.
Um catalisador de mudança?
Nos últimos tempos não tenho feito outra coisa a não ser falar com empresas, muitas das quais desconhecia, não sabia o que faziam, nem que queriam fazer coisas que eu também não conhecia. O mesmo acontece do lado das empresas, que não sabiam que as universidades estavam equipadas como estão, que possuíam uma riqueza tecnológica, infraestruturas laboratoriais altamente competitivas, para além do conhecimento criativo que as norteia. A conclusão a que chego é que, independentemente do resultado dos grandes projetos que vierem a ser financiados pelo PRR, na indústria nacional e na economia em geral, só o facto das universidades e das empresas terem sido forçadas a elaborar propostas de projetos em conjunto, já é um ganho extraordinário. Os projetos são apresentados e coordenados por empresas, mas é condição de elegibilidade que os centros de investigação, as universidades façam parte destes consórcios e que se tenha o enfoque na dimensão nacional. Este ponto acho relevante para puxarmos todos, para o mesmo nível de exigência e os mesmos níveis de enriquecimento científico e tecnológico que perdurará, para além do PRR como estou profundamente convencida.
A Universidade Nova de Lisboa tem uma parceria com o Banco Santander, com o qual criou o Prémio de Investigação Colaborativa Santander Nova. Que papel atribui a este prémio?
É um prémio já com alguma tradição. As candidaturas desta 14.ª edição fecharam, a equipa está selecionada e a sua divulgação será anunciada no dia do Science Day da Universidade Nova de Lisboa. Esta iniciativa, que criamos há quatro anos e que é acompanhada pela edição de uma revista (Nova Science), tem por objetivo criar sinergias entre as várias áreas existentes nas nove unidades orgânicas da Nova, que estando fisicamente separadas, por vezes é mais difícil promover conversas, e por outro lado, porque a inovação cada vez mais surge do cruzamento de diferentes áreas científicas. É uma forma muito importante de se provar que a multidisciplinaridade é essencial para a alavancagem do saber, com um impacto e efeito bastante multiplicativos.
O que faz deste, um prémio diferenciador?
A sua natureza. Fomenta a investigação colaborativa entre jovens investigadores da Universidade Nova, promove sinergias entre diferentes escolas da Universidade e impulsiona o cruzamento entre diferentes áreas científicas. A equipa tem de incluir, pelo menos, duas escolas. O valor do prémio é de 15 mil euros, gostaríamos que fosse mais, e funciona como uma semente para projetos futuros, tendo inclusivamente alguns deles já dado origem a projetos financiados pelo Conselho Europeu de Investigação.
Em que medida a multidisciplinaridade impulsiona as ideias novas e a inovação?
Cada vez mais somos confrontados com problemas muito complexos, sejam as alterações climáticas, seja a Covid… São problemas com uma dimensão multidisciplinar, cuja solução passa também pela existência de equipas multidisciplinares envolvendo várias áreas científicas. Imagine que estamos a desenvolver um material de vidro para um copo ou uma garrafa específica, se o grupo de investigação integrar investigadores todos da mesma área, o olhar será praticamente o mesmo, o grau de inovação será limitado. Ao contrário se a equipa integrar investigadores de várias áreas científicas, todos olharão para aquele material de uma forma diferente. É deste cruzamento com diferentes visões que surgem, muitas vezes, ideias que dentro de uma só área seria mais difícil de aparecer, porque ninguém se lembraria delas. No caso da equipa que nós lideramos, eu e o meu marido, é uma equipa multidisciplinar que fazemos questão de manter e que achamos que é parte do nosso sucesso.
Que papel desempenha efetivamente a ciência no desenvolvimento de um país? O professor Luís Miguel Bernardo, autor de “As Causas do Atraso Científico em Portugal – Uma Digressão Histórica”, disse-me recentemente numa entrevista que “sem ciência torna-se inviável a sobrevivência de uma nação”.
Subscrevo. A ciência tem um papel absolutamente fundamental no mundo de hoje. Veja o caso da Covid-19. Só foi possível terem-se desenvolvido vacinas num espaço de tempo inferior a um ano porque houve muita ciência financiada. Por outro lado, quando há uma aposta grande na ciência
acompanhada de um grande financiamento e um trabalho de equipa conseguem-se atingir os objetivos a que nos propomos. No caso da Covid, queria lembrar que Adrian HILL, (U. Oxford, trabalhando com a AstraZeneca como parceiro industrial) recebeu uma bolsa avançada da ERC pelo projeto “IMMUNOGENE” e Uğur ŞAHIN, fundador da BioNTech, trabalhando com a Pfizer como parceiro industrial) recebeu uma bolsa avançada ERC (Centro Médico Universitário da Universidade Johannes Gutenberg Mainz). Estes são dois exemplos flagrantes de como o dinheiro que se põe na ciência gera e amplia ganhos incomensuráveis, a nível da prosperidade, conforto e bem estar dos cidadãos.
Para a ciência, o que é fundamental?
Para que a ciência tenha sucesso são necessárias duas forças que têm de convergir: por um lado, um investimento a sério na criatividade e inovação e sobretudo um investimento mais pragmático dirigido a questões concretas e, por outro lado, muito trabalho, sobretudo em equipa e, um gosto infinito por aquilo que se faz. Melhor dizendo, uma paixão até ao fim. Só com estas duas componentes é que se consegue fazer ciência. Hoje em dia acho que o cidadão comum percebe a importância que a ciência tem, como ficou patente com o grande exemplo das vacinas que acima enumerei. Temos claramente que dar um sinal que as ideias e a imaginação nos podem ajudar a criar um mundo melhor e mais próspero e onde impere a equidade e seja mais eco sustentável.
Como trata Portugal, hoje, a ciência?
Está a tratar melhor do que no passado, mas precisa tratar ainda mais. O investimento na ciência é curto, deve aumentar. Há uma meta concreta estabelecida por este Governo: duplicar até 2030, o atual montante do investimento que ronda 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Espero que os fundos do PRR deem um contributo sólido, mas também que o Governo aumente o financiamento por via do Orçamento do Estado. O OE tem que ser bem negociado, pois a ciência é um dos pilares fundamentais para o futuro do país. Por vezes não é só o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Há que envolver ainda mais os outros ministérios como é o caso do da Economia, Saúde e Ambiente, só para dar um exemplo. Da mesma forma que a ciência hoje em dia não está compartimentada, o mesmo deve acontecer a nível dos vários ministérios, a ciência hoje acaba por estar presente de uma forma mais transversal, cruzando interesses e opções que são estruturantes e marcantes, para o futuro do país. Se houver convergência de programas há com certeza mais financiamento e acima de tudo uma otimização e partilha de recursos, que são sempre escassos. Isto é, usamos melhor os recursos e os ganhos serão obviamente bem maiores. Por isso, é importante investir em ciência e mudar a nossa mentalidade. Para isso é importante que o cidadão saiba também o que a ciência está a criar e que beneficio este terá da mesma. Isto é, o balanço, pois este escrutínio pelos cidadãos será não só enriquecedor como importante na definição do rumo do nosso futuro.
O Presidente do Técnico, o Professor Rogério Colaço, tem erguido a voz na defesa de maior autonomia para as Universidades no sentido de as libertar da asfixia das normas que as tratam da mesma forma de tudo o resto que está na esfera do Estado. Concorda?
Absolutamente. O maior estrangulamento que eu vejo na área da ciência é mesmo a burocracia. Comprar um equipamento científico para um laboratório como, por exemplo, um microscópio tem uma carga burocrática tão grande como a que é exigida para fazer um hospital ou construir uma ponte. Isto faz sentido? Não. Deveriam existir regras para tudo o que é investigação científica diferentes das outras atividades que são financiadas pelo Estado. Se não conseguir publicar um artigo, fazer uma experiência, executar um projeto no tempo que tenho, há um chinês, um japonês ou um americano que o consegue fazer mais rapidamente, além de ter muito mais financiamento e recursos. A carga burocrática é tão demolidora que, talvez, até, preferisse ter menos dinheiro, mas que a burocracia fosse mais ligeira… no final todos ganhávamos. Mas isto repercute-se em todo o País e, por isso, esta desburocratização que advogo deve atingir todos os alicerces de desenvolvimento do país.
Há solução para isso?
Sim, embora não seja fácil admito, mas com vontade e neste caso muita vontade política, de todos, resolve-se. Costumo dizer que só não há solução para a morte, por enquanto. Não há mais de um ano, eu própria, o professor António Cunha, que foi reitor da Universidade do Minho, e é, neste momento, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), e o professor José Manuel Mendonça, presidente do INESC-TEC, identificamos estes problemas e fizemos um documento que apresenta soluções para a simplificação relacionada com a contratação pública. Propomos um “simplex para a ciência” – sei que uma parte está a tentar ser incorporada, mas há uma máquina administrativa enorme que é muito difícil de mudar. A simplificação deve ser feita a dois níveis: na própria simplificação dos processos de candidatura e depois na execução dos projetos.
Uma proposta concreta?
Exatamente. Este trabalho está feito e na posse do Governo, só há que o implementar e, neste momento, nem é por falta de dinheiro porque o vamos ter. Também não é uma coisa à revelia, porque as soluções foram identificadas de comum acordo com os organismos financiadores, que são, no fundo, os organismos que controlam estas regras burocráticas.
A burocracia pode matar projetos que sejam aprovados para financiamento do PRR?
Pode e estamos preocupados com isso. Os projetos aprovados no âmbito do PRR têm que estar executados até 2025. A manterem-se as atuais regras burocráticas não vamos conseguir executá-los num prazo de tempo tão curto. Repito o que disse atrás, o PRR é uma oportunidade imensa e é também uma oportunidade para se simplificarem as regras, mantendo-se critérios e responsabilidades.
Como se sai desse círculo vicioso?
É preciso acima de tudo muita vontade política. Acredito que o próprio PRR venha a ser uma oportunidade para o “simplex na ciência e para o país” que propomos. Se não o for, somos todos incompetentes, não vai ser por falta de financiamento.
Coordena o Instituto de Nanoestrutura, Nanomodelação e Nanofabricação da Universidade Nova de Lisboa. O que é esta unidade? Quantas pessoas tem a sua equipa? Há jovens?
É um laboratório associado composto por dois centros de investigação, os Materiais da Universidade Nova de Lisboa e a Física dos Materiais da Universidade de Aveiro. Tem, no total, mais de 200 pessoas, repartidas numa base de 50-50% por cada instituição, muitos são jovens alunos de mestrado e de doutoramento. Nos últimos cinco anos passaram pelo laboratório pessoas de 20 nacionalidades, das quais algumas ficaram como docentes e investigadores. É evidente que a massa crítica é muito importante, mas costumo dizer que não quero o maior laboratório do mundo, quero acima de tudo o melhor laboratório do mundo.
Sente que são os melhores?
Em algumas áreas, sim. Na área da electrónica transparente, na área da eletrónica de papel, sem dúvida, e temos das melhores infraestruturas e dos melhores laboratórios do mundo nestas áreas em concreto e, criamos e pensamos diferente a ciência, como o provam as ERC que temos no laboratório associados aos materiais funcionais avançados (7).
Que língua se fala dentro de portas?
O inglês.
Em termos de género, qual é o retrato?
Somos, neste momento, cerca de 35% de mulheres. No campo do género há um caminho a fazer, na realidade, a física e as engenharias são áreas ainda predominantemente masculinas. Mas como costumo dizer o declive é positivo, temos um aumento, em termos de alunas nas áreas da engenharia. Gostava aqui de aproveitar e referir uma iniciativa inovadora, lançada pela primeira vez este ano pela Barbie “Meninas na Ciência powered by Barbie”, exatamente para estimular as jovens para as áreas das STEAM (Science, Technnology, Engineering, Arts and Mathematics) através de um concurso de ideias cuja vencedora terá uma bolsa de estudos desde que se inscreva em qualquer curso de Ciências e/ou Tecnologias da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Tem em mãos algum projeto que possa vir a ter um impacto na sociedade ao nível do “chip” em papel?
Diria que sim. A grande aplicabilidade, pelo menos, a mais imediata será na área das embalagens, nomeadamente as embalagens de produtos alimentares que cada vez mais têm de ser em materiais sustentáveis e por outro lado a capacidade de indicar a qualidade do produto de uma forma dinâmica e não passiva. Esta área mais aplicada na área do papel está a ser trabalhada em conjunto com o laboratório colaborativo AlmaScience, para além de outras aplicações na área biomédica. A utilização do papel não se esgota nas embalagens, estamos também a trabalhar na área dos testes de diagnóstico à base de papel. O futuro passa pela utilização de materiais mais abundantes, sustentáveis, de origem renovável com impacto positivo sobre problemas que nos rodeiam hoje em dia.
O sonho do presidente do Técnico é termos um dia um Prémio Nobel em Portugal na área das Ciências, da Física, da Astrofísica … do Técnico. E o seu?
Junto o meu desejo ao do Professor Rogério Colaço, que é engenheiro de materiais como eu e meu amigo, mas preferia que o prémio viesse para a Universidade Nova… Acima de tudo desejo que venha para Portugal. Ficarei extremamente contente se e quando isso acontecer.
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