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Proteção Civil diz que “situação está muito complicada” e “vai durar”. População deve evitar autoestradas

Proteção Civil pede que população evite a deslocação nas autoestradas e que a população nas regiões afetadas use máscara. Para já, entidade não faz balanço de quando é que os incêndios poderão ser declarados como extintos.
Habitante da localidade de Macinhata da Seixa em Oliveira de Azeméis ajudam a combater o incêndio, 16 de setembro de 2024. ESTELA SILVA/LUSA
16 Setembro 2024, 13h58

A Proteção Civil já realizou o balanço dos incêndios que estão a afetar as populações em Oliveira de Azeméis e em Albergaria-a-Velha. Segundo o comandante da Proteção Civil, André Fernandes, indicou em conferência de imprensa que a “situação meteorológica se mantém com agravamento” e que “não há nenhuma melhoria expectável, bem pelo contrário”.

A entidade indica que se mantém o “estado de alerta vermelho” e que, até ao momento, se registaram 92 ocorrências e 36 incêndios ativos. Nas regiões afetadas por estes fogos, o comandante da Proteção Civil apelou ao uso de máscaras, de forma à população prevenir problemas respiratórios provocados pelo fumo.

Com várias estradas cortadas, nomeadamente autoestradas, a Proteção Civil aconselhou a população portuguesa a evitar as deslocações nas vias rápidas que ligam o país. André Fernandes apelou a que a população evite as autoestradas e que circule “pelas vias mais junto ao interior do país”.

Até ao momento, e neste mesmo balanço, a A1 está cortada entre Coimbra Norte e Grijó, A25 entre Aveiro Reigoso e Viseu, A17 no sentido Sul/Norte, estando entre Tocha-Mamodeiro, A29 no sentido Norte/Sul cortado entre Estarreja-Angenja e na A32 há acessos cortados para a A41 para sul.

Indicou André Fernandes que 3.500 operacionais estão a combater os incêndios, apoiados por 645 meios terrestres e 32 meios aéreos. A Proteção Civil registou ainda seis pessoas assistidas por agentes da Proteção Civil, nove feridos ligeiros, dois feridos graves e um bombeiro falecido em sequência de uma paragem cardiorrespiratória.

Na mesma conferência de imprensa, o comandante evidenciou que a “situação está, de facto, muito complicada”, sendo “muito complexa”. Para já, o organismo não dá uma estimativa para a reversão da situação operacional, sustentando que a “situação está para durar” e que “vai ser um dia complicado, e amanhã também”.

Minutos antes da conferência da Proteção Civil, Estarreja revelou a ativação do plano municipal de emergência na região. “Declarada a situação de alerta nacional e ativado o plano de emergência distrital”, tendo sido ativado pelas 10h45 mediante o avanço dos incêndios.

Entretanto, o hospital de Aveiro acionou o plano de contingência e já reforçou os serviços de pneumologia e urgência devido ao incêndio de Oliveira de Azeméis. O hospital da região está em alerta máximo. Para já, três pessoas queimadas foram encaminhadas para o hospital de Coimbra.

O incêndio em Cabeiras de Basto, no distrito de Braga, continua a agravar-se e, segundo o último balanço, já consumiu duas casas, uma delas de primeira habitação. Os operacionais direcionados para o incêndios estão a proteger as habitações e a população, com o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Ave a dar conta que “não temos capacidade para combater o incêndio”. Com apenas um meio aéreo mobilizado para este foco, o comandante Rui Costa já pediu mais meios aéreos e terrestres.

Portugal pede ajuda a Bruxelas

Portugal pediu à União Europeia (UE) um reforço de meios para combater os incêndios que lavram no distrito de Aveiro e para reforçar as capacidades no território continental, confirmou hoje à Lusa fonte da Comissão Europeia.

Um porta-voz do executivo comunitário disse à Lusa que ao final da manhã de hoje chegou um pedido, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, de Portugal para um reforço dos meios, numa altura em que lavram incêndios no distrito de Aveiro e Portugal continental está em estado de alerta por causa do risco de fogos.

A mesma fonte não confirmou que tipo de meios solicitou o Governo português, indicando que a proposta está a ser avaliada para corresponder ao que pedido feito.

Posteriormente a este pedido, foi dado a conhecer que Portugal se preparava para receber quatro aviões: dois de Espanha e dois de França.

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