Protestos anticorrupção e contra Temer reunem 45 mil pessoas em Brasília

A manifestação Ocupa Brasília levou ao centro da capital do país pelo menos 45 mil de pessoas de vários estados. O protesto anticorrupção do país teve início de forma pacífica, mas terminou em tumultos, nos quais se incluiu o vandalismo de edíficios públicos. As ações, promovidas por movimentos e centrais sindicais, pediram a saída do presidente Michel Temer e a rejeição das últimas reformas.

No início da tarde, os manifestantes chegaram à capital federal e concentravam-se em frente ao Estádio Mané Garrincha, onde a marcha em direção ao Congresso Nacional teve início. Com cartazes com mensagens como “[Eleições] Diretas Já” e “Mais Direitos”, os manifestantes gritavam palavras de ordem. Já os líderes sindicais colocavam –se em cima de carros de som que acompanharam a marcha. Os dois sentidos da praça foram fechados.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, 45 mil pessoas participaram nas manifestações. A estimativa da Central Única dos Trabalhadores é a de que 200 mil manifestantes estiveram pelo local ao longo do protesto.

A Agência Brasil dá conta de que um grupo de aproximadamente 20 pessoas mascaradas começou a lançar pedras aos polícias que formavam um cordão de isolamento em frente ao Congresso e incendiou alguns objetos de plástico que estavam no local. Como resposta, a tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal disparou dezenas de bombas de gás lacrimogénio e de efeito moral em direção à multidão.

Uma parte dos projéteis foi direcionada a dois carros de som que estavam estacionados entre os manifestantes e a tropa de choque. Nos discursos, os líderes que estavam nos veículos pediam às autoridades que identificassem e reagissem apenas contra quem os estivesse a provocar. “Parem de atirar contra todos os trabalhadores”, pediu um dirigente sindical.

Vidros, paragens de autocarro, bicicletas e balneários foram destruídos. O grupo ainda entrou em confronto com os militares próximos ao ministério da Agricultura. As sedes de três ministérios foram incendiadas e, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública, houve vandalismo em oito prédios, incluindo a Catedral Metropolitana de Brasília. Oito manifestantes foram conduzidos pelos militares, por porte de arma branca e resistência.

Com o avanço das forças policiais, inclusive dos ministérios atingidos, os manifestantes começaram a recuar em direção da rodoviária do Plano Piloto. Mais bombas de gás lacrimogéneo foram lançadas em direção à aglomeração de pessoas. Segundo relatos de diferentes manifestantes, os disparos partiram também dos helicópteros da PM, que circulavam em redor da área.