O presidente da Associação Portuguesa Bares, Discotecas e Animadores, Ricardo Tavares, confirmou ao Jornal Económico (JE) que o sector está a ponderar avançar com uma providência cautelar, mas aguarda mais informações por parte do governo e associados.
Num momento em que se espera que o Governo confirme o fecho de bares e discotecas antecipado para 26 de dezembro, prolongando-se se até 9 de janeiro, Ricardo Tavares admite que a providência cautelar “é uma medida que está a ser estudada por alguns empresários do sector e que estão a ver se há união para uma grande maioria se juntar e avançarem”.
“Mas achamos que ainda é cedo para estarmos a falar sobre isso”, considerou o representante da associação de bares e discotecas, sublinhando que os associados querem ouvir o que “António Costa tem a dizer e quais são as contrapartidas [monetárias] que pensa dar a todos aqueles empresários que já fizeram investimentos só para a noite de passagem de ano”. Segundo Ricardo Tavares os empresários investiram “dezenas de milhares de euros”.
Além dos investimentos, que agora representam um problema para os trabalhadores do sector, a antecedência com que se determina o encerramento das discotecas também foi criticada. “É impossível isto acontecer e num estado de direito não pode acontecer”, afirmou Ricardo Tavares que também defende que a decisão deveria ter sido anunciada “no final do mês passado” de forma a que os empresários não fizessem tantos investimentos.
Quanto às ajudas também é da opinião que deviam ter sido anunciadas no mês passado, sendo que os apoios que foram disponibilizados não foram suficientes.
“Houve ajudas do Governo, sim, mas havia balizas para essas ajudas e o problema é que grande parte dos empresários já chegaram a esses tetos de ajuda. Portanto, continuam fechados e sem apoios. Ou António Costa vai ter que retirar os tetos porque as restrições continuam”, pede o presidente da associação.
Em outubro, as discotecas deixaram de poder beneficiar do lay-off simplificado e em alternativa tiveram à sua disposição o apoio à retoma progressiva, uma medida que se ia manter acessível para todos os empregadores com quebras de faturação de, pelo menos, 25%, enquanto existissem restrições.
Agora, como explicou ontem ao JE o presidente da Associação de Discotecas Nacional, os empresários aguardam por saber se vão receber ajudas por parte do executivo de António Costa.
“Há um compromisso de apoiar estas empresas que tiveram quebras de faturação, houve esse compromisso por parte do Ministério da Economia através do secretário de Estado do Comércio João Torres, muito na linha dos apoios anteriores e é isso que estamos a aguardar: que sejam anunciados os apoios e que saiam essas portarias”, explicou José Gouveia.
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