O governo provincial da Zambézia, centro de Moçambique, necessita de 1,5 mil milhões de meticais (20 milhões de euros) para reconstruir várias infraestruturas destruídas durante as manifestações pós-eleitorais, foi hoje divulgado.
“Estamos mais preocupados com a sede [distrital] de Namacurra e de Mocubela, porque as infraestruturas todas, sejam as residências dos administradores ou as direções distritais, foram todas abaixo nestas manifestações”, disse Leo Saíde, diretor das finanças no governo provincial da Zambézia.
Em causa estão as residências protocolares e edifícios da administração pública que foram alvo da fúria popular em alguns distritos da Zambézia durante a contestação popular que se seguiu às eleições gerais moçambicanas de 09 de outubro.
A administração daquela província alega não ter ainda dinheiro para início das obras, mas espera que se faça neste quinquénio.
“O dinheiro ainda não existe, mas dentro do nosso orçamento interno queremos garantir que Namacurra e Mocubela tenham espaço para trabalhar e os administradores tenham residência, porque neste momento as residências foram queimadas”, lamentou Leo Saíde.
Essas prioridades “foram colocadas no orçamento de investimento, e estando numa fase de aprovação” pelos órgãos competentes, explicou.
Moçambique viveu quase cinco meses de tensão social, com manifestações, inicialmente em contestação aos resultados eleitorais de 09 de outubro, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, saldando-se na morte de 400 pessoas e destruição de bens.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 mortos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
Os partidos moçambicanos com assento parlamentar e nas assembleias municipais e provinciais assinaram em 05 de março um compromisso político com o Presidente de Moçambique, visando reformas estatais, o qual foi, posteriormente, transformado em lei pelo parlamento moçambicano.
Em 23 de março, Mondlane e Chapo encontraram-se pela primeira vez e foi também assumido um compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, tendo voltado a reunir-se em 21 de maio com uma agenda para pacificar o país.
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