O PS reagiu ao apelo à demissão de Mário Centeno feita por Rui Rio dizendo que o líder do PSD “entrou em teorias da conspiração” porque “quis desviar a atenção” das responsabilidades do Executivo de Passos Coelho no processo de resolução do Banco Espírito Santo que fez do Novo Banco “um banco péssimo com custos para os contribuintes”, para o qual transitaram oito mil milhões de euros em ativos e créditos tóxicos. No entanto, o deputado João Paulo Correia, a quem coube fazer a defesa do ministro das Finanças, recusou-se por três vezes, quando instado a tal pelos jornalistas, a comentar a crítica implícita do Presidente da República a Mário Centeno, salientada pelo líder social-democrata.
No final de uma visita à Autoeuropa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, numa referência às declarações que forçaram António Costa a pedir desculpa a Catarina Martins – por lhe ter dito no debate quinzenal da passada quinta-feira que a transferência de 850 milhões de euros do Tesouro para o Fundo de Resolução injetar no Novo Banco só seria realizada após ser conhecido o resultado da auditoria à gestão, o que se veio a revelar falso, sendo explicado pelo ministro como “uma falha de comunicação” – que “o primeiro-ministro esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse as suas responsabilidades, mas naturalmente se conhecesse previamente a conclusão da auditoria”.
Sem nunca comentar as declarações do Presidente da República, João Paulo Correia centrou as suas críticas nas “declarações abusivas” de Rui Rio, o qual disse que a bancada parlamentar do PS não defendeu Mário Centeno, abrindo portas à sua saída do Governo. “Do nosso ponto de vista isso não é minimamente discutível”, disse o deputado, elogiando o “trabalho notável que tem feito ao serviço do país”.
Segundo João Paulo Correia, o PS “meteu o dedo na ferida” nas responsabilidades do PSD no processo de resolução do Banco Espírito Santo, acusando Rui Rio de se “desviar para teorias conspirativas” devido ao incómodo sentido.
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