Subordinada ao lema “Recuperar Portugal”, a conferência, primeiro evento socialista na rentrée, decorrerá no Convento de São Francisco, em Coimbra, e será transmitida através das páginas do PS nas redes sociais.
No plano político, esta conferência ocorre num período em que o PS e o Governo estão a negociar com os parceiros parlamentares de esquerda (Bloco, PCP e PEV) e com o PAN o Orçamento do Estado para 2021 e uma semana depois de ter terminado a fase de discussão pública do plano de recuperação económica – documento cuja primeira versão foi escrita pelo gestor e professor universitário António Costa e Silva e que será entregue em Bruxelas até ao final da primeira quinzena de outubro.
De acordo com o programa definitivo divulgado na quinta-feira pela direção do PS, a conferência será aberta pelo presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, bem como pelo novo líder federativo de Coimbra dos socialistas, Nuno Moita.
Após um discurso a cargo da presidente do Grupo Parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, o secretário-geral socialista falará pelas 11h00, com uma intervenção intitulada “Controlar a pandemia, recuperar Portugal, cuidar do futuro”.
Nas suas últimas intervenções, António Costa tem insistido na necessidade de o Governo ter um acordo de legislatura com os parceiros de esquerda, advertindo que esse quadro de estabilidade política é essencial para que o país concretize o seu objetivo de recuperação económica e social após a pandemia da Covid-19. Já no que respeita ao combate à pandemia, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro tem repetido que, enquanto não houver vacina no mercado, o país tem de estar preparado para os piores cenários nos próximos meses.
No final da manhã, discursará ainda o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, que em 25 de outubro tentará conquistar mais uma maioria absoluta para os socialistas nesta Região Autónoma. Na parte da tarde, haverá debates sobre o controlo da pandemia, as vias para a recuperação económica e sobre o futuro do país a partir de intervenções dos ministros Marta Temido (Saúde), Pedro Siza Vieira (Estado e Economia), Ana Mendes Godinho (Trabalho e Segurança Social) e Nelson de Souza (Planeamento). A conferência encerra pela 18h00 com intervenções do secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, e do presidente do PS, Carlos César, a quem caberá tirar as conclusões do debate travado ao longo da sessão.
“Face aos especiais cuidados sanitários resultantes da pandemia Covid-19, a conferência não será aberta ao público em geral nem aos militantes, mas apenas aos responsáveis eleitos e dirigentes a quem foi dirigido convite para participar, em função das responsabilidades que assumem, o que permitirá à organização controlar o número de presenças e garantir o cumprimento das regras de saúde apropriadas”, refere uma nota divulgada pela direção do PS em que se procura justificar os moldes em que esta iniciativa será realizada.
“O PS pretende que a realização desta conferência seja um momento de afirmação política, mas também um exemplo do cumprimento cívico das normas sanitárias recomendadas pelas autoridades de saúde”, salienta-se na mesma nota, em que também se especifica que os trabalhos ao longo da sessão serão abertos aos jornalistas.
Em recentes declarações à agência Lusa, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, afirmou que, com a conferência, os socialistas têm como objetivo “preparar a resposta política às circunstâncias que o país está a viver”. Adiantou que foram endereçados convites a cerca de 390 pessoas, e o evento decorrerá numa sala com capacidade para 1300. Entre os convidados encontram-se os deputados socialistas eleitos para o Parlamento Europeu e para a Assembleia da República, membros do Secretariado Nacional e da Comissão Permanente do PS, responsáveis distritais, presidentes de câmara, os líderes regionais dos Açores e Madeira e respetivas direções parlamentares, a direção nacional e as lideranças distritais dos jovens socialistas e das mulheres socialistas, dirigentes sindicais e ainda o gabinete de estudos.
“O objetivo é ouvir e recolher contributos de dirigentes com especiais responsabilidades”, acrescentou José Luís Carneiro.
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