O Partido Social Democrata (PSD) quer ouvir na Assembleia da República 40 entidades do setor da cultura para refletir sobre os apoios necessários para o setor, que foi fortemente atingido pela pandemia. Os social-democratas insistem que 2% dos fundos europeus devem ser destinados à cultura, e dizem que é impossível construir soluções, silenciando os profissionais do setor ou virando-lhes as costas.
“Apresentámos, na comissão de Comunicação e Cultura um requerimento para ouvir um alargadíssimo conjunto de entidades e com elas refletir o setor e as propostas que têm e que andam há um ano a apresentar e ninguém as ouve. Queremos tentar com essas propostas, se viáveis, construir soluções de iniciativa legislativa”, anunciou o deputado Paulo Rios de Oliveira, em conferência de imprensa, no Parlamento.
Segundo Paulo Rios de Oliveira, é “absurdo” que o setor da cultura tenha “deixado de encontrar no Governo um interlocutor” e procure respostas junto do Presidente da República e no Parlamento. “O Governo pode não fazer a parte dele. Ao PSD, compete fazer a sua parte e, portanto, assume o compromisso de ouvir o setor, e apresentar uma proposta ambiciosa que esperamos que, desta vez, o Governo ouça”, referiu.
O anúncio surge no mesmo dia em que vai a votos na comissão de Comunicação e Cultura um projeto de resolução do PSD (sem força de lei) que pede ao Governo que encaminhe para o setor da cultura, pelo menos, de 2% dos fundos comunitários que deverão chegar este ano a Portugal para ajudar na recuperação económica.
O PSD reiterou que a cultura é um dos setores mais prejudicados pela pandemia da Covid-19 e garantiu estar confiante de que o Partido Socialista (PS) aprovará o pedido de audição das entidades do setor. Se não for o caso, os social-democratas apelam aos restantes partidos para que se unam, porque “não é possível além de não ajudar, silenciar aqueles que na cultura não encontram resposta para os seus problemas”.
“Não é possível fazer e construir soluções para o setor da cultura de costas voltadas para o setor e não é possível construir pontos de diálogo sem ouvir as pessoas”, sublinhou Paulo Rios de Oliveira, acrescentando que a ministra da Cultura, Graça Fonseca, está fragilizada politicamente, porque “deixou de fazer parte das soluções”.
Entre as entidades que o PSD quer ouvir estão associações de promotores de festivais e eventos, de editores e livreiros, de técnicos e produtores, de músicos, de realizadores, de museus, de dança e até da Federação Portuguesa de Tauromaquia.
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