[weglot_switcher]

PSD prepara noite longa para aprovar listas de deputados com “nega” ao CDS-PP

Proposta de Rui Rio para integrar centristas e monárquicos não teve aceitação. Exclusão de críticos e de apoiantes de Paulo Rangel poderá ser limitada, mas a poucas horas do início do Conselho Nacional ainda não era claro se será uma “noite das facas longas”.
  • José Coelho/Lusa
7 Dezembro 2021, 18h54

A coligação pré-eleitoral com o CDS-PP foi recusada pela direção nacional do PSD, que reuniu para ultimar as listas de candidatos a deputados às eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022. Apesar da abertura demonstrada por Rui Rio para integrar centristas e também membros do PPM, vários relatos da ordem dos trabalhos coincidem numa fraca aceitação a uma proposta considerada desnecessária tendo em conta o contributo que os dois partidos poderiam ter na obtenção de mais mandatos.

No entanto, a exclusão de centristas e monárquicos das listas foi apenas uma das questões que se colocaram numa reunião em que a garantia deixada por Rui Rio de que não haveria uma “limpeza étnica” de apoiantes da candidatura de Paulo Rangel à liderança social-democrata foi testada. E se alguns pareciam protegidos, nomeadamente o presidente da Juventude Social Democrata (JSD), Alexandre Poço, que dificilmente pode ser excluído da lista de Lisboa – embora veja a rival na disputa da liderança da organização, Sofia Matos, ‘promovida’ a cabeça de lista pelo Porto  -, também era certo que outros não teriam tal sorte.

Dirigentes que foram próximos de Rui Rio até muito recentemente, como Cancela Moura, em Vila Nova de Gaia, ou Alberto Machado, da distrital do Porto, eram tidos como “baixas” garantidas, na senda de outras exclusões de críticos habituais do presidente reeleito do PSD. É o caso da ex-presidente da JSD, Margarida Balseiro Lopes, substituída por Paulo Mota Pinto enquanto cabeça de lista por Leiria, mas também de Pedro Alves, que em 2019 foi o número 2 por Viseu (atrás de Fernando Ruas) e agora verá Hugo Carvalho ficar nesse lugar.

Derrotado nas eleições diretas, mas ainda assim com 47,57% dos votos dos militantes sociais-democratas, Paulo Rangel contava garantir que a exclusão de críticos da liderança de Rio não fosse mais extensa – embora deputados como Duarte Marques (Santarém) e Cristóvão Norte, cabeça de lista por Faro em 2019, parecessem não ter qualquer hipótese de retorno -, sendo certo que as listas completas terão de ser aprovadas pelo Conselho Nacional numa reunião que começa às 21h00, num hotel de Évora, e promete ser longa. Até que ponto será uma “noite das facas longas” no PSD ainda estava por apurar ao final da tarde.

De qualquer forma, se a lista de deputados proposta pela direção nacional foi reprovada pelo Conselho Nacional está prevista uma nova reunião, no dia 10. Apesar de o limite para a entrega das listas às legislativas ser o dia 20 de dezembro, que é a segunda-feira seguinte ao congresso do PSD, o partido pretende ter o processo totalmente formalizado até dia 15.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.