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PSI-20 fecha em queda com BCP e Galp a recuarem mais de 3%

As bolsas europeias fecharam em queda, em dia de decisões de política monetária do BCE, onde as atenções estiveram voltadas para o discurso da presidente Christine Lagarde.
21 Janeiro 2021, 17h36

O PSI-20 fechou a sessão desta quinta-feira nos 5.055,77 pontos, a cair 0,28% no dia em que o Governo anunciou mais um agravamento do confinamento, com o encerramento das escolas, já a partir desta sexta-feira, por 15 dias.

Nem a subida de +3,37% da EDP Renováveis que fechou nos 24,55 euros aguentou o índice da bolsa lisboeta.

A liderar as perdas estiveram as ações do BCP e da Galp Energia. O banco liderado por Miguel Maya viu as ações desvalorizarem -3,14% para 0,1234 euros; já a Galp caiu -3,95% para 8,95 euros. Também a Ramada se destacou nas perdas (-3,19% para 4,55 euros).

A Pharol recuou 2,63%; a REN desceu 1,67% para 2,360 euros; a Semapa caiu 1,10% para 8,96 euros e a Sonae está também a destacar-se ao deslizar 1,13% para 0,7020 euros.

Em contraciclo com a maioria das ações que compõem o PSI-20, a Altri subiu 1,26% para 5,24 euros. A EDP também subiu 0,42% para 5,32 euros e por fim a Jerónimo Martins avançou 0,10% para 14,38 euros.

As bolsas europeias fecharam em queda, em dia de decisões de política monetária do BCE, onde as atenções estiveram voltadas para o discurso da presidente Christine Lagarde.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), afirmou hoje que “a pandemia continua a criar riscos sérios para a saúde pública e para as economias da zona euro e mundial”. Em conferência de imprensa, após uma reunião de política monetária do BCE, Lagarde considerou que “o começo das campanhas de vacinação na zona euro é uma etapa importante para a resolução da atual crise sanitária, mas a pandemia continua a criar riscos sérios para as economias da zona euro e mundial”.

Nesta reunião, o BCE decidiu manter as taxas de juro e o volume do programa de compras de dívida de emergência lançado devido à pandemia, que foi reforçado em dezembro e tem agora uma dotação de 1,85 biliões de dólares, para apoiar a economia da zona euro, numa altura em que os confinamentos são prolongados.

“A evolução da pandemia de coronavírus traz alguma preocupação, numa altura em que Portugal e Reino Unido acabam de registar recordes diários de mortes provocadas pelo vírus e que outros países, como a Alemanha, também reforçam as medidas de bloqueio para travar a disseminação do vírus”, refere uma análise do Millennium BCP, do analista Ramiro Loureiro.

O EuroStoxx 50 caiu 0,16% para 3.618,3 pontos. Mas o Stoxx Europe 600 fechou a subir 0,15%.

Na Europa, o FTSE 100 caiu 0,37% para 6.715,4 pontos; o CAC 40 recuou 0,67% para 5.590,8 pontos; o DAX perdeu 0,11% para 13.906,7 pontos; o FTSE MIB caiu 0,98% para 22.428,9 pontos; e o IBEX liderou as perdas ao cair 1% para 8.122,1 pontos. Só a Irlanda, a Holanda, a Dinamarca e a Suécia fecharam no verde.

Em termos empresariais, e segundo notas de imprensa francesa, a Renault estará a discutir com a LG e a Verkor a construção de uma fábrica de baterias.

Nas telecomunicações, a Cellnex e Deutsche Telekom estão perto de parceria num negócio de torres.

Destaque ainda para a notícia que o italiano Monte dei Paschi com dificuldades em encontrar potencial comprador.

Por outro lado é também notícia que a cadeia de vestuário H&M vai aumentar o encerramento de lojas.

Em termos de dados macroeconómicos, destaque para os números do Banco de Portugal que revelam que a dívida das famílias, das empresas e do Estado atingiram um valor recorde de 742.800 milhões de euros em novembro.

Do outro lado do Oceano Atlântico, nos Estados Unidos, o número de americanos que se inscreveu para receber os subsídios de desemprego foi de 900 mil na semana que terminou a 16 de janeiro, em comparação com 965 mil relatado na semana anterior. A divulgação dos dados de hoje veio abaixo das expectativas do mercado de 910 mil.

“Os pedidos estão longe do nível de 200 mil relatado em fevereiro e provavelmente permanecerão elevadas por algum tempo, pois a pandemia está longe de estar controlada, embora a vacinação já tenha começado”, relata a XTB numa análise assinada pelo gestor Henrique Tomé.

“Os dados dos pedidos contínuos, que atrasa os dados iniciais de pedidos de subsídio de desemprego numa semana, atingiu 5,054 milhões, enquanto os analistas esperavam um aumento para 5,400 milhões. É o nível mais baixo em pedidos de subsídios de desemprego contínuos desde o início da pandemia em março. Os dados de hoje ainda permanecem muito acima da média de 1,7 milhão relatada antes da pandemia”, diz a XTB.

O Índice Industrial da Fed da Filadélfia nos EUA saltou para 26,50 de janeiro de 11,1 em dezembro e acima das expectativas do mercado de 12, acrescenta Henrique Tomé.

O petróleo Brent, referência na Europa, cai 0,25% para 55,94 dólares o barril.

O euro aprecia 0,26% para 1,2138 dólares.

No mercado secundário de dívida soberana, as obrigações a 10 anos da Alemanha sobem 3,26 pontos base para -0,50%.

Portugal financia-se hoje a preços mais altos que ontem, com os juros a subirem 5,25 pontos base para 0,07%. Espanha também tem os juros a subirem 5,11 pontos base para 0,12% e Itália vê o custo da dívida subir 6,69 pontos base para 0,68%.

A pandemia aumentou o risco de estagnação económica para a zona euro, num cenário que levantaria desafios particularmente a países como Portugal, que teria dificuldades acrescidas para diminuir a dívida pública. O retrato é de um relatório da agência de notação financeira Moody’s, que faz um paralelo com a experiência japonesa na década de 90, mas encontra diferenças essenciais.

“Num ambiente de baixo crescimento e inflação persistentemente baixos, os soberanos da zona euro teriam mais dificuldade em cortar a dívida”, diz a Moody’s.

“Portugal, Grécia, Itália e Chipre estariam em maior risco, enquanto a Alemanha e a Holanda estariam melhor posicionadas”, refere o relatório “Covid-19 will reinforce credit-negative risks of secular stagnation in the euro area”, publicado esta quarta-feira.

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