O PSI-20 registou um crescimento robusto no mês de outubro. No final do mês passado, o índice atingiu o valor de 5.732,0 pontos representando um crescimento mensal de 5% e “prolongando a robusta trajetória positiva iniciada no mês de agosto”, refere a análise da Maxyield, numa nota divulgada esta terça-feira, onde relembra que no mês de agosto inverteu de forma significativa a tendência negativa dos meses de junho e julho.
O índice bolsista apresentou ao longo do mês de outubro uma trajetória crescente, com estabilização na fase final, revelam os analistas da associação de acionistas minoritários.
A banda de variação mensal oscila entre a subida de 14,4% da Greenvolt e a queda de 13,9% da Ibersol. Nas subidas em outubro, destacou-se ainda a EDP Renováveis (+12,5%);a Jerónimo Martins (+13,9%); e a Navigator (+11,2%). Nas quedas, depois da Ibersol as ações que mais caíram no mês foram as da Galp (-8,2%).
A abertura da época de resultados trimestrais foi marcada pela sua divulgação pela Galp e BCP, que explica o contributo mensal para a referida evolução do índice bolsista nacional.
“As cotações do BCP e Galp no final de outubro já incorporam os efeitos negativos de eventos especiais nos resultados da petrolífera, bem como os impactos desfavoráveis da subsidiária polaca e reestruturação em Portugal na performance empresarial do Grupo bancário”, refere a análise.
No acumulado do ano o título que mais subiu foi o dos CTT, que valorizou 102,6% desde 31 de dezembro de 2020. O segundo título que mais cresceu nesse horizonte foi o da Novabase (+47%). Também a Sonae desde o inicio do ano já subiu 43,8%.
“No final de outubro verifica-se que 14 títulos do PSI-20 apresentavam uma variação anual positiva, sendo o top five deste ranking constituído pelos CTT (102,6%), Novabase (47%), Sonae SGPS (43,8%), Jerónimo Martins (41,8%), e Navigator (35,3%)”, segundo a Maxyield.
Já a Pharol (-27,6%), a Ibersol (-8,1%) a EDP (-5,3%) e a Mota-Engil (-1%) são as quatro sociedades cotadas que apresentam diminuição anual de valor no final do mês de outubro.
A Maxyield diz que “a análise numérica, indica-nos que o PSI-20 no mês de outubro, consolidou o posicionamento acima do valor prépandémico” e a analise gráfica, indica que o índice da bolsa portuguesa, no mês de outubro, “percorreu todo o intervalo da zona de resistência [5450 – 5750], cujo mínimo é o pico anterior ao crash de 2020 e o máximo corresponde ao pico anterior ao crash de 2018″.
Concluindo, o crescimento anual do PS- 20 consolida posição acima do valor pré-pandémico ao subir 17%. Já o PSI-20 consolidou a sua posição acima de 5.500 pontos que corresponde ao valor máximo dos últimos 3 anos, tendo chegado a ultrapassar o limite superior da zona de resistência [5450 – 5750] e terminando o mês ligeiramente abaixo deste referencial”.
Na comparação internacional, o PSI-20 aproximou-se dos índices europeus e ficou mais longe dos índices dos EUA.
Já o IBEX de Madrid não acompanha Lisboa no comportamento mensal. “A nível anual o mercado espanhol (IBEX 35) apresenta um crescimento de 12,2% e continua aquém da praça de Lisboa”, diz a Maxyield que acompanha a evolução mensal de 11 importantes sociedades do índice espanhol.
Dos 11 títulos espanhóis que a Maxyield acompanha, as ações que mais ganharam desde o início do anos foram as do BBVA (+50,2%); seguiram-se as da Repsol que avançaram 34% face a 31 de dezembro de 2020; e o Santander que subiu 29,1%.
“Em Espanha é de salientar a continuação do bom comportamento do sector bancário, evolução assinalável dos serviços e imobiliário, acompanhados por um persistente desempenho negativo do setor energético. Finalmente é de referir que o índice espanhol ainda não recuperou do valor pré-pandémico”, refere a análise.
O crescimento anual do índice S&P 500 composto pelas maiores 500 sociedades cotadas na NYSE foi de 23,4%, enquanto que o STOXX 600 que agrega as 600 maiores sociedades cotadas europeias foi de 19,2%, os quais sofreram um forte crescimento no mês de outubro após a correção verificada em setembro, constata a associação.
“A evolução ao longo do mês de outubro foi robusta e beneficiou da abertura da earning season, com divulgação de bons resultados trimestrais pelas empresas que já apresentaram contas”, salienta a Maxyield.
Maxyield avança com prespetivas para os próximos meses
“O Outlook passa a ocupar maior espaço neste relatório mensal da Maxyield”, refere a associação.
“O PSI-20 está a aproximar-se do limite superior da zona de resistência [5.450 – 5.750 pontos], cujo mínimo é o pico anterior ao crash de 2020 e o máximo corresponde ao pico anterior ao crash de 2018. Esta nova situação potencia a aproximação ao valor máximo verificado nos últimos cinco anos e perspetiva a entrada numa nova zona de resistência [5.750 – 6.300 pontos] cujo mínimo é o pico anterior ao crash de 2018 e o máximo é o pico anterior ao crash de 2016″, refere a Maxyield.
Após a divulgação de contas do terceiro trimestre de 2021 pela Galp, BCP, Navigator e Jerónimo Martins na última semana de outubro, terá lugar no mês de novembro a apresentação de resultados das restantes sociedades do PSI-20 que apresentam contas trimestrais, “sendo que esta earning season revelará sinais importantes sobre a próxima dividend season”, lembram os analistas.
A primeira semana de novembro conta com a apresentação de contas 3º trimestre/2021 pela NOS, Corticeira Amorim, CTT, EDP, EDP Renováveis, Semapa sendo expetável que o mercado venha a incorporar a performance e o comportamento destas sociedades.
A repetição em 2021 dos resultados observados no 2º semestre de 2020 permitirá na próxima dividend season o regresso dos dividendos ao nível pré-pandémico, sendo para tal necessário um payout em torno de 78%.
A Maxyield, liderada por Carlos Rodrigues, diz ainda que o PSI-20 “é historicamente um índice intermitente alternando anualmente variações positivas e negativas, com fraca correlação com a evolução do PIB, sendo que com a manutenção desta tendência, o ano de 2021 enquadra-se igualmente numa trajetória ascendente”.
O Clube dos Pequenos acionistas finaliza dizendo que os fatores gerais que afetam o outlook são a inexistência de sinais de redução dos estímulos económicos no espaço europeu, a redução dos estímulos monetários nos EUA, as pressões inflacionistas, a evolução dos preços dos combustíveis e a relação oferta / procura de importantes matérias primas.
“Os fatores específicos que vão condicionar a evolução do mercado nacional são o ritmo de reabertura das economias, a recuperação do consumo privado e comportamento da procura global, o dinamismo dos índices de referência dos EUA e o comportamento dos mercados bolsistas na Europa”.
“Os fatores específicos são particularmente importantes, face ao elevado grau de internacionalização do universo empresarial PSI 20 através da realização de atividades noutras geografias e exportações, razão pela qual é fraca a correlação entre o PSI 20 e a evolução da economia nacional”, refere a Maxyield.
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