O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI subiu em março 1%, mas a subida é mais expressiva quando comparamos com março de 2024, tendo subido 9,3%. Já a evolução desde o início do ano revela uma subida de 7,7%.
A análise feita pela Maxyield, associação de pequenos acionistas, revela que o PSI teve destaque mensal positivo face à queda generalizada dos mercados internacionais.
No mês de março verifica-se que 11 sociedades cotadas do PSI valorizaram e quatro caíram.
O ranking mensal das sociedades com aumento de valor no mês de Março inclui a Mota-Engil (13,7%), a REN (12,3%), os CTT (7,5%), a Sonae SGPS (4,7%), o BCP (3,8%), a NOS (3,2%), a Ibersol (2,3%), a Galp (2,1%), a Semapa (1,6%), a Navigator (0,5%) e a EDP (0,1%).
As sociedades com redução de valor em março foram a EDP Renováveis (-10,2%), a Jerónimo Martins (-5,6%), a Corticeira Amorim (-2,4%) e a Altri (-1,4%).
A banda de variação mensal do PSI oscila entre a subida de 13,7% da Mota-Engil e a queda de 10,2% da EDP Renováveis.
A evolução do PSI ao longo de Março caracteriza-se por uma estabilidade na 1ª quinzena do mês e forte volatilidade na 2ª quinzena mês, em consequência do contágio pelo comportamento negativo dos mercados internacionais designadamente europeu e norte-americano, revela a Maxyield.
“O PSI continua na faixa [6.300 – 7.750 pontos], que nos reporta para níveis atingidos há 10 anos, com posicionamento junto ao ponto médio deste intervalo. Este intervalo tem uma grande amplitude e enquadra-se no potencial de valorização admitido pela média dos price targets dos analistas de mercado, que têm por base os fundamentais empresariais das sociedades cotadas”, acrescenta a associação liderada por Carlos Rodrigues.
Desde o inicio do ano até no final da sessão de 31 de março a variação é bastante ampla, oscilando entre a subida de 38,5% dos CTT e a queda de 23,2% da EDP Renováveis. Verifica-se que 12 títulos apresentam uma variação anual positiva e três sociedades sofreram quebras de valor.
As sociedades com variação este ano positiva foram os CTT (38,5%), a NOS (32,3%), a REN (20,4%), o BCP (19,9%), a Ibersol (16,8%), a Mota-Engil (16,7%), a Sonae (16,2%), a Altri (12%), a Semapa (7,8%), a Jerónimo Martins (6,2%), a Galp (1,8%) e a EDP (0,7%).
As três sociedades com quebra da cotação desde o inicio do ano foram a EDP Renováveis (-23,2%), a Navigator (-8,8%) e a Corticeira Amorim (-0,6%).
Na evolução homóloga o PSI oscila entre a subida de 81,1% dos CTT e a queda de 38,5% da a EDP Renováveis, sendo que dez títulos apresentam uma evolução homóloga positiva e cinco sociedades cotadas sofreram quebras de valor.
O top five das sociedades com variação homóloga positiva envolve os CTT (81,1%), o BCP (78,2%), a Ibersol (29,3%), a REN (24,8%) e a NOS (21,5%).
As cinco sociedades com variação homóloga negativa foram a EDP Renováveis (-38,5%), a Mota-Engil (-29,4%), a Navigator (-19,2%), a Corticeira Amorim (-18,6%) e a a EDP (-13,8%).
“A EDP Renováveis, a EDP e a Galp configuram situações de bear market transitadas do ano anterior, cujo importante peso no PSI condicionam a evolução homóloga do índice”, revela a Maxyield que assinala a evolução robusta do BCP e dos CTT.
Fora do top five, merece uma referência a evolução da Sonae, que saiu da situação de bear market em que caiu no ano passado.
Um bear market ocorre quando há uma queda de 20% ou mais nos preços em relação aos máximos recentes.
A Maxyield faz ainda a análise ao segundo mercado. O PSI Geral engloba o PSI e 17 sociedades cotadas neste segundo mercado da bolsa portuguesa, que representam sensivelmente 3,2% da capitalização bolsista do PSI.
Genericamente, o segundo mercado é constituído pelas small caps, uma classe de empresas de capital aberto negociadas em bolsa, que possuem um baixo nível de free float.
O PSI Geral apresenta no mês de Março deste ano uma diminuição mensal de -0,8% e um crescimento anual de 2,8%. Aqui a associação destaca a Sonaecom com uma capitalização bolsista superior a algumas sociedades do PSI, e que registou uma importante diminuição mensal, mantendo no entanto uma variação positiva face a dezembro.
A Novabase apresenta uma ligeira diminuição mensal e um robusto aumento desde o inicio do ano.
Já a Martifer, a Ramada e a Média Capital, com uma capitalização bolsista superior a 100 milhões, apresentam um desempenho desde o inicio do ano positivo.
A Vista Alegre e a Toyota Caetano, também com uma capitalização bolsista superior a 100 milhões, revelam uma fraca performance nos primeiros três meses do ano.
As SAD`s dos clubes de futebol evidenciam um comportamento diferenciado.
O mercado global, medido pelo Índice MSCI World, apresenta uma diminuição mensal de -4,6% e uma queda desde o início do ano de -2,1% e os índices norte americanos estão em risco de bear market.
O índice S&P 500 composto pelas maiores 500 sociedades cotadas na NYSE, apresenta em Março uma diminuição mensal de -5,8%, tendo sofrido uma evolução negativa de -4,6% desde o inicio do ano.
O índice tecnológico americano NASDAQ apresenta uma diminuição mensal de -8,2%, com uma queda de -10,4% este ano.
O RUSSELL 2000, que integra as empresas de menor capitalização, sofreu em Março um decréscimo mensal de -7% e apresenta uma queda de -9,8% desde o inicio do ano.
Os índices S&P 500 e NASDAQ atingiram máximos históricos em 19 de Fevereiro, “sendo preocupante a sua evolução a partir desta data”, refere a Maxyield.
A associação diz que o S&P 500 passou do máximo histórico de 6.144,2 para 5.611,9 no final de Março, representando uma diminuição de -8,7%. O índice NASDAQ passou do máximo histórico de 20.056,3 para 17.299,3 no final de Março, que corresponde a um decréscimo de -13,7% e o RUSSELL 2000 atingiu o máximo histórico em 25 de Novembro do ano passado com o valor de 2.442, passando para 2.011,9 no final de Março, representando uma redução de -17,6%.
“A evolução destes índices a partir dos seus máximos evidencia sérios riscos de bear market (redução de 20%), com consequências nos restantes mercados bolsistas”, alerta a Maxyield que diz que as incertezas e dúvidas relativamente à conjuntura atual, designadamente conflitos comerciais relativos às alterações das tarifas alfandegárias, com impactos na taxa de inflação, no ciclo de redução das taxas de juro e desaceleração do crescimento económico, ajudam a explicar o comportamento destes índices.
Na Europa, o benchmark Stoxx 600, sofreu em Março uma diminuição mensal de -4,2% e aumento este ano de 5,2%, atingido o máximo histórico no mês de Fevereiro. A evolução homóloga do benchmark europeu é de 4,1%.
“O índice londrino FTSE 100, tem um posicionamento mensal acima do benchmark europeu”, refere a associação.
Por sua vez o espanhol IBEX 35 sofreu em Março uma diminuição mensal de -1,6%, sendo o crescimento de 13,3% desde o inicio do ano.
A evolução mensal, anual e homóloga é superior ao índice de referência europeu, bem como ao PSI.
O desempenho mensal deste segmento empresarial do IBEX 35, é influenciado pelo bom desempenho do setor energético.
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