Vladimir Putin e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, elogiaram este sábado o trabalho e o formato da OPEP+, informou a presidência russa. “Foi dada uma avaliação positiva ao trabalho conjunto no formato OPEP+, que visa garantir a estabilidade do mercado petrolífero mundial”, lê-se num comunicado emitido pelo Kremlin, no qual é especificado que o presidente da Rússia e Bin Salman conversaram via telefone por iniciativa do príncipe saudita.
A OPEP+ é o nome dado à aliança entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros países parceiros, entre os quais a Rússia, que decidiu aliar-se à estrutura, mas sem a integrar oficialmente.
Putin e Bin Salman também abordaram questões de cooperação bilateral, incluindo económico-comerciais, e sublinharam a disponibilidade para continuar a desenvolver laços entre a Rússia e a Arábia Saudita.
“Da conversa resultou numa troca de pontos de vista sobre questões da agenda internacional, incluindo a situação em torno da Ucrânia e o acordo no Iémen”, acrescenta o comunicado de imprensa.
Putin terá aproveitado a ocasião para dar os parabéns às autoridades da Arábia Saudita por ocasião do Ramadão, o mês sagrado dos muçulmanos.
A aliança entre os dois dirigentes vai contra aquilo que os Estados Unidos pretendiam que acontecesse. De facto, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, tem vindo a insistir com a Arábia Saudita para que a monarquia aumente a produção diária de petróleo.
Mas a estratégia de largar a Arábia Saudita como o parceiro de eleição dos Estados Unidos na Península Arábica – indo contra aquilo que fez o seu antecessor, o republicano Donald Trump, tem-se revelado uma fonte de desentendimento entre os dois países.
O mais recente desentendimento entre Washington e Riad deu-se quando a Casa Branca entendeu que não iria promover a venda de armas ofensivas para a Arábia Saudita, na tentativa de fazer descer a pressão sobre a guerra no Iémen, onde os sauditas mantêm uma coligação que apoio o governo local contra os rebeldes houthis, que são apoiados pelo Irão.
Quando se iniciou a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, os Estados Unidos apressaram-se a pressionar a Arábia Saudita para que a OPEP aumentasse o fornecimento de petróleo nos mercados internacionais, mas aparentemente o príncipe herdeiro saudita está resolvido a deixar ele próprio cair o bom entendimento entre os dois países.
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