Aos 49 dias de guerra na Ucrânia, o dia ficou marcado pelo hastear da bandeira da República Checa em Kiev – com a abertura da representação diplomática do país. O regresso da diplomacia a Kiev evidencia que os países do Ocidente consideram que o objetivo russo de tomar conta da capital da Ucrânia está definitivamente falhado.
Do mesmo modo, os presidentes de quatro países que fazem fronteira com a Rússia – Polónia, Estónia, Lituânia e Letônia – viajaram para Kiev, numa demonstração de apoio ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelenskiy. Querm ali não irá é o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, que visitou a Polónia na terça-feira e disse que planeava ir à Ucrânia, mas foi considerado ‘não desejado’.
Entretanto, Zelenskiy alertou para que a guerra se tornaria um “banho de sangue sem fim, espalhando miséria, sofrimento e destruição” se o seu exército não puder contar com armamento adicional. Falando em inglês num vídeo publicado no Twitter, Zelensky disse que “a liberdade deve ser armada melhor que a tirania. Os países ocidentais têm tudo para que isso aconteça”.
A retirada russa de Kiev levou à descoberta de um grande número de civis aparentemente massacrados, gerando condenação internacional e pedidos de investigação de crimes de guerra. O chefe de polícia do distrito de Kiev disse que os corpos de 765 civis, incluindo 30 crianças, foram encontrados na capital.
A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, disse que o país decidirá se se candidatará ou não à adesão à NATO “dentro de semanas”. Este parece ser um passo atrás na decisão – que já parecia tomada – de entrar na aliança. Segundo algumas agências noticiosas, a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, também não confirmou (nem desmentiu) a informação de que a liderança de seu partido já tomou uma decisão sobre a adesão do país à NATO em junho.
Ficou por outro lado a saber-se que Marine Le Pen, candidata da extrema-direita ás eleições presidenciais francesas, quer promover uma aliança de segurança com a Rússia assim que a guerra na Ucrânia terminar. A explicação é, para Le Pen, simples: só com uma aliança com a Rússia será possível à Europa não acordar todos os dias na companhia do fantasma da guerra. Mas tarde se saberá o que pensam os franceses de tão inesperada declaração.
Mais claro ficam entretanto as pretensões da Rússia: as suas forças estão a planear lançar uma “ofensiva em larga escala” para “conquistar” o Donbass, disse o porta-voz militar francês, coronel Pascal Ianni: “dentro dos próximos dias, talvez 10 dias, a Rússia pode relançar os seus esforços com uma ofensiva em larga escala no leste e no sul para conquistar as regiões de Donetsk e Luhansk, ou mesmo avançar até ao rio Dnipro “.
A marcar a agenda fica também a captura do aliado mais próximo de Vladimir Putin na Ucrânia e líder do maior partido da oposição, Viktor Medvedchu. Zelenskiy propôs liberá-lo para a Rússia em troca de ucranianos capturados pelas forças russas, alertando: “deixem Medvedchuk ser um exemplo para os russos”.
O Tribunal de Jersey, Reino Unido, anunciou que impôs “uma ordem formal de congelamento” sobre “ativos avaliados em mais de sete mil milhões de dólares suspeitos de estarem ligados a Roman Abramovich. O governo de Jersey, uma dependência autónoma da coroa britânica muito ao gosto dos super-ricos, disse que a polícia local invadiu várias propriedades ligadas a Abramovich.
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