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Quase metade dos jovens portugueses quer mudar de emprego este ano

Estudo “The Human Factor” da Gi Group Holding , divulgado esta quinta-feira, revela que  45% dos jovens portugueses com formação superior e experiência profissional considera mudar de emprego em 2025.
30 Janeiro 2025, 11h31

É quase metade dos inquiridos: 45% dos jovens portugueses com formação superior e experiência profissional considera mudar de emprego em 2025, revela o estudo “The Human Factor” da Gi Group Holding , divulgado esta quinta-feira.

O número é justificado pela “crescente reavaliação das prioridades no mercado laboral”, impulsionada por novos valores como o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, oportunidades de crescimento e preferência por soluções de trabalho híbridas.

Conduzido pela empresa IPSOS para a Gi Group Holding “The Human Factor: People and Companies in the New Global Dynamics of Work” abrangeu 12 países, incluindo Portugal. Focou-se em profissionais com idades entre os 24 e os 40 anos, todos com formação académica e experiência no mercado de trabalho.

“Em Portugal, os resultados mostram uma tendência crescente de mobilidade no mercado de trabalho, impulsionada pelo descontentamento com a falta de progressão de carreira e oportunidades de formação, bem como pela procura por condições de trabalho que privilegiem o bem-estar”, conclui a consultora de recursos humanos.

Entre os fatores que mais influenciam os trabalhadores portugueses destaca-se a preferência por um equilíbrio sólido entre a vida profissional e pessoal, considerado essencial por mais de 70% dos entrevistados. Além disso, a formação contínua surge como prioridade para 71% dos trabalhadores em Portugal, que valorizam a possibilidade de adquirir novas competências e crescer profissionalmente.

As soluções de trabalho híbridas também se destacam, sendo uma opção apreciada por 68% dos participantes, demonstrando uma mudança clara nas expectativas dos trabalhadores em relação à flexibilidade laboral.

No entanto, o estudo também aponta desafios importantes. Apesar do foco crescente no bem-estar e na inclusão, Portugal ainda enfrenta barreiras na igualdade de género no mercado de trabalho. A taxa de emprego feminina é de 66%, enquanto a masculina é de 76%, refletindo uma diferença de 10 pontos percentuais. Além disso, muitos trabalhadores percebem que as empresas ainda não oferecem oportunidades suficientemente atrativas para reter talento jovem, como pacotes salariais competitivos e programas robustos de bem-estar organizacional.

A nível global, o estudo revela tendências semelhantes, com trabalhadores de países como Alemanha, Brasil, China e Índia também a destacarem a importância de valores como sustentabilidade corporativa, inclusão e programas de formação contínua.

A comparação entre os países mostra que Portugal lidera no que diz respeito à valorização do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas ainda apresenta espaço para evoluir em áreas como transparência salarial e igualdade de oportunidades.

“Estes resultados são um reflexo da transformação que o mercado de trabalho tem vindo a atravessar nos últimos anos. Os trabalhadores estão mais conscientes das suas necessidades e expectativas, e as empresas que desejam atrair e reter talentos devem adaptar-se a estas novas dinâmicas, oferecendo não apenas boas condições salariais, mas também um ambiente que promova equilíbrio, crescimento e inclusão”, refere Cristina Simão, HR Director da Gi Group Holding em Portugal.

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