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Quase metade dos portugueses pagariam mais impostos para terem melhores cuidados de saúde pública

Relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico coloca Portugal no segundo lugar do pódio dos países com o maior número de inquiridos que diz que estaria disponível para um aumento de 2% de impostos para beneficiar de melhores cuidados de saúde pública.
19 Março 2019, 10h00

Portugal é o segundo país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com mais inquiridos a sinalizarem que estariam dispostos a pagar mais impostos para terem melhores cuidados de saúde pública.

No relatório “Risks that Matter”, publicado pela OCDE nesta terça-feira, a instituição com sede em Paris aponta que a nível global, e “sem surpresa, dado os baixos níveis de satisfação”, a maioria das pessoas diz querer mais apoio no âmbito das políticas sociais.

“Quase 40% dos entrevistados, em média, dizem que estariam dispostos a pagar mais em impostos para terem acesso a melhores serviços de saúde pública e melhores pensões”, refere a OCDE. “Em alguns países (Chile, Grécia, Irlanda e Portugal, no caso dos cuidados de saúde, e Chile, Israel e Lituânia, para pensões) esta percentagem aumenta para cerca de metade”.

De acordo com o relatório, 49% dos portugueses inquiridos estariam preparados a pagar mais 2% de impostos se tal se traduzisse numa melhoria do sistema, num ranking liderado pela Irlanda (51%). Portugal é seguido de perto pela Grécia e Chile, com 48% dos inquiridos a concordar com a opção.

Relativamente ao sistema de pensões, a Lituânia lidera o ranking de países com maior número de inquiridos dispostos a pagar mais 2% de impostos para melhor pensões, com 53% dos inquiridos a responderem afirmativamente a esta questão. É seguido pelo Chile (51%) e por Israel (49%).

Num quadro global são os inquiridos mais velhos com uma maior preocupação quer sobre a melhoria de pensões quer no que toca a cuidados de saúde pública.

Em média, nos 21 países da OCDE ao qual foi aplicado o questionário, 74% dos inquiridos com idade entre os 55 e os 70 anos optaram por “melhor pensões” como um dos três principais apoios de que precisariam mais e que fariam com que a sua família ficasse mais segura economicamente. Também nesta faixa etária, 59% dos inquiridos identificam melhores cuidados de saúde pública como um dos apoios de que mais precisam.

Mais de metade dos portugueses identificam ainda ficar doente ou inválido como um dos três maiores riscos para si ou para a sua família nos próximos dois anos. “Esta é uma preocupação é mais comum em 14 dos 21 países, incluindo alguns países com sistemas de proteção social altamente desenvolvidos, como a Bélgica, a Finlândia e a França”, refere a OCDE.

De acordo com o estudo, o ranking destas preocupações é liderado pela Finlândia, com 65%, seguido pela Polónia (64%), pertencendo o terceiro lugar a Portugal, com 63% dos inquiridos a assinalarem esta opção.

Fonte: Risks that Matter – Survey report, março de 2019

O inquérito da OCDE abrangeu 21 países – Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Israel, Irlanda, Itália, Lituânia, México, Holanda, Noruega, Polónia, Portugal, Eslovénia e Estados Unidos -, tendo decorrido em duas fases (na primavera e no outono) e sido aplicado a uma amostra de 22 mil pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos.

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