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Quatro regras para negociar com sucesso as despesas com água, gás e luz

Vale a pena conhecer boas práticas para poupar com estes serviços e rentabilizar as nossas poupanças. Conheça as regras para uma negociação bem sucedida com as dicas de João Raposo, administrador da Reorganiza.
26 Março 2021, 08h30

O termo utilities é utilizado para nos referirmos ao sector que inclui aquelas despesas essenciais de utilização diária na vida de todos nós: água, gás, eletricidade.

Até há algum tempo atrás este sector estava totalmente nas mãos do Estado. Esta circunstância levou a que nos habituássemos a uma postura monopolista, pois só havia uma empresa estatal a fornecer estes bens de utilização comum e diária.

Contudo, o Estado tem largado a mão deste sector para o passar para empresas privadas o que faz com que haja concorrência – no entanto, continua a não haver muita concorrência devido à existência de monopólios naturais, isto é, como não é fácil ter várias empresas a fornecer, por exemplo, eletricidade então acaba por não ser um sector altamente concorrencial.

Como poupar dinheiro nos serviços domésticos?

Vale a pena conhecer boas práticas para poupar com estes serviços e rentabilizar as nossas poupanças. Deixamos de seguida as seguintes regras para uma negociação bem sucedida:

1)      Conhecer quanto pagamos por mês:

As faturas com o detalhe dos nossos consumos nem sempre são fáceis de perceber mas sempre que tivermos dificuldades com a interpretação destes dados é nosso dever contactar as linhas de apoio. Se não o fizermos podemos estar a deixar passar situações de alguma fuga de água que não identificamos ou estarmos com equipamentos de alto consumo energético em casa, entre outros exemplos. Só com este conhecimento podemos partir para uma análise de alternativas. Lembre-se que há custos que não dependem da empresa que fornece o serviço mas sim de taxas fixadas pelo Estado central ou pelas autarquias.

2)      Analisar as nossas faturas e perceber perfil de consumo:

Com o conhecimento mais aprofundado de quanto pagamos por mês também estamos mais capazes de analisar o nosso perfil de consumidor. Esta informação é relevante para perceber se devemos optar por tarifas bi-horárias, ou se faz sentido usar menos determinado equipamento. Por exemplo, quem tem máquinas de secar roupa já avaliou o impacto deste consumo na eletricidade? Outra questão que pode ser levantada é se faz sentido ter gás e eletricidade ou, pelo contrário, suportar os encargos com um termoacumulador? Este tipo de análise exige um bom conhecimento sobre o nosso perfil enquanto consumidor.

3)      Conhecer a oferta de mercado:

Para negociar melhores condições é essencial saber o que faz a concorrência. Na realidade todas as empresas sabem a oferta comercial umas das outras mas não vai ser o nosso prestador de serviço a dar-nos essa informação. Se eu quero poupar com estes serviços tenho de saber a oferta da concorrência. Faça as mesmas perguntas a todos para poder comparar o que é comparável. Caso contrário poderá fazer uma análise enviesada com aquele argumento que a empresa quis evidenciar e que não é necessariamente o mais relevante para si.

4)      Recorrer a especialistas do mercado:

Para o processo de negociação ser mais completo algumas pessoas optam por recorrer a empresas que são especialistas na análise de perfil de consumo face à oferta do mercado. Para usufruir da poupança nestes serviços pode ser útil contactar empresas que analisam por si, com base nas suas últimas faturas, qual a poupança que teria se mudasse da empresa X para a empresa Y. Quanto mais cedo fizer esta análise mais depressa poderá começar a poupar.

5)      Analisar oferta para eficiência energética

Também com base no nosso perfil de consumidor e com o conhecimento das nossas necessidades estará melhor preparado para ter um sentido crítico sobre os hábitos de consumo e começar a desenhar estratégias para poupar dinheiro com a energia. Além destas estratégias também deve analisar a rentabilidade noutras fontes de obtenção energética, por exemplo, o impacto do investimento em Painéis fotovoltaicos.

A nossa economia está em grande mudança precisamente nas áreas dos consumos deste tipo de matérias. Há uma crescente sensibilidade para as preocupações ambientais e para uma economia sustentável e nós, enquanto consumidores, podemos e devemos fazer a nossa parte. Se com isso pudermos poupar dinheiro, melhor ainda.

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