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Queda da bolsa é a “quarta maior” da história, alerta antigo secretário do Tesouro dos EUA

As bolsas registaram cortes agressivos nas duas últimas sessões da semana passada e repetem o sentimento a abrir esta semana. De acordo com Larry Summers, não só se trata da segunda maior queda desde a crise de 2008, como alerta para sérios riscos que se acumulam
bolsa de Lisboa mercados
7 Abril 2025, 13h10

O ex-secretário do Tesouro dos EUA Larry Summers alerta para a possibilidade de os mercados darem sequência às fortes quedas que marcaram os últimos dias. O próprio salienta que a última semana terminou com o “quarto maior movimento desde a segunda guerra mundial”.

Entre quinta e sexta-feira da semana passada, os mercados perderam uma capitalização na ordem dos 5,4 biliões de dólares. Trata-se de uma queda que só fica atrás daquelas que se registar no “crash de 1987, na crise financeira de 2008 e na pandemia”, assinala o próprio.

Na origem estão as tarifas recíprocas anunciadas por Donald Trump, que estipulam um mínimo de 10% para todos os países. Estas recaem sobre as importações dos EUA e prometem castigar, de forma severa, a economia mais forte do mundo, assim como as economias à escala global.

A política protecionista definida pela administração liderada por Trump visa, entre outros propósitos, reduzir o défice comercial norte-americano e forçar a Reserva Federal a baixar as taxas de juro. Ainda assim, o presidente daquele banco central, Jerome Powell, já deixou claro que o plano passa por aguentar as taxas de juro mais tempo, de forma a fazer face à inflação, que deverá também acelerar como consequência das tarifas.

Esta semana abriu novamente com fortes quedas nos mercados europeus, assim como nas congéneres asiáticas. Em ambos os casos, tal como acontece nos EUA, os futuros dos índices de referência registam descidas expressivas. Em território norte-americano, os futuros do US 30 e do US 500 caem perto de 2%, à medida que o dia amanhece.

Ao mesmo tempo, os mercados continuam a fugir dos dólares americanos, que caem 0,15% face ao euro. O franco suíço está a ser destino de migração de muitos investidores, de tal modo que aquela divisa ganha 0,84% por comparação com o dólar.

Trump insiste na importância do protecionismo

No domingo, o presidente dos Estados Unidos prestou declarações nas quais garantiu que não quer ver quedas nos mercados, mas “por vezes temos que tomar um medicamento para resolvermos algo”, salientou.

“Temos que resolver o nosso défice comercial com a China”, sublinhou, lembrando que os norte-americanos perdem “centenas de milhares de milhões de dólares por ano com a China. Se não resolvermos esse problema, não vou fazer um acordo”, deixou claro, este domingo.

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