Os CTT consideram que os certificados de aforro se vão tornar brevemente no produto “mais atrativo do mercado”, devido à descida das taxas de juro, antecipando um reforço da procura com a subida do valor limite de subscrição.
Em declarações à Lusa, a diretora de Retalho dos CTT, Sandra Moás, afirmou que, perante a duplicação do teto máximo de investimento, não só aforristas que já tinham chegado ao limite máximo possível, vão agora poder “reforçar as suas poupanças”, como espera que “também o número de novos aforristas aumente”.
Um diploma hoje publicado em Diário da República determina que o limite máximo de subscrição da série F (atualmente em comercialização) dos certificados de aforro passa de 50 mil para 100 mil euros, enquanto no conjunto das séries F e E o limite máximo passa de 250 mil para 350 mil euros.
As novas regras dos certificados de aforro, aprovadas em Conselho de Ministros no dia 26 de setembro, mantém as taxas de remuneração dos certificados (quer das séries já encerradas, quer da que está em comercialização) e duplicam ainda a data de prescrição, dos atuais 10 para 20 anos, a partir da morte do aforrista.
A expectativa do Governo é que as novas regras aumentem a procura por estes títulos de dívida pública, e este é também o cenário que Sandra Moás antecipa.
“Esta alteração reforça ainda mais a crescente atratividade dos certificados de aforro”, afirmou a diretora de Retalho dos CTT, notando que já há alguns meses que se está a observar “um crescimento bastante significativo das subscrições”.
No mês de julho, adiantou, as subscrições aumentaram 34% face ao mês anterior, situação que indicia “uma maior procura por certificados de aforro, e uma maior perceção de aumento de competitividade destes produtos face aos depósitos bancários”.
Para Sandra Moás, esta atratividade dos certificados de aforro face aos produtos de poupança convencionais tem por base as próprias características dos certificados (taxa de remuneração, prémios de permanência, capitalização dos juros) e também o atual contexto de mercado, em que a queda gradual das taxas de juro dos depósitos a prazo dos bancos soma já vários meses consecutivos.
Condições que, acredita a responsável, “tornarão muito em breve os certificados de aforro o produto mais atrativo do mercado”.
Sandra Moás considera ainda que o lançamento da APP CTT (através da qual os aforristas podem fazer subscrições e consultas na conta aforro) vai também ajudar a sustentar o crescimento da procura.
Dados da APP CTT da área aforro digital indicam que o valor subscrito através da aplicação aumentou 58% em setembro face a agosto, tendo-se ainda registado um crescimento de 46% nos pedidos de subscrições e de 40% nas consultas de conta.
“No total registamos mais de 68.000 operações desde o lançamento desta funcionalidade [em 18 de julho] na APP CTT [e] até 30 de setembro”, disse a mesma responsável, acrescentando que atualmente mais de 20 mil clientes associaram as suas contas de aforro à funcionalidade de Aforro Digital.
Com o lançamento da serie F, em 2024, passou também a ser possível aos bancos comercializarem este produto de poupança. Questionada, Sandra Moás afirmou que até ao momento os CTT ainda não sentiram o impacto desta medida, atribuindo esta situação à ampla rede física dos CTT (570 lojas), garantindo acessibilidade a quem queira subscrever CA, e também ao facto de os ‘Correios’ serem há mais de 50 anos o parceiro do IGCP na comercialização deste produto sendo, como tal, “identificados pelos portugueses como o distribuidor de referência” dos certificados de aforro.
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