Queijo da Serra da Estrela e o Queijo de Azeitão poderão vir a poder entrar no Brasil, diz Governo

O Ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes e o Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, visitaram a Feira Nacional da Agricultura (FNA25), em Santarém. Na sequência disso, o Ministério emitiu um comunicado a reforçar que Portugal e Brasil apostam no fortalecimento das relações bilaterais no setor agroalimentar e destacam as potencialidades do acordo entre a União Europeia e o Mercosul.

“A presença do Brasil neste certame é o espelho do potencial de crescimento das relações comerciais bilaterais no setor agroalimentar que, atualmente, se situam nos 1.140 milhões de euros anuais”, explica o Governo.

Desde abril de 2024 foram vários os avanços feitos nas relações comerciais entre Portugal e o Brasil. “O país abriu oficialmente o seu mercado ao limão português com a publicação da Portaria SDA/MAPA Nº 1.246, de 20 de fevereiro de 2025, que define os requisitos fitossanitários para a importação deste fruto”, lembra o Ministério.

Também em fevereiro deste ano, no âmbito da XIV Cimeira Brasil-Portugal, foi assinado um Memorando de Entendimento no setor vitivinícola, que facilitará a entrada dos vinhos portugueses no mercado brasileiro a preços mais acessíveis, respondendo à crescente procura por vinhos de qualidade.

“No setor do azeite, esta parceria está a ser fortalecida através da troca de conhecimento e inovação, com visitas técnicas recentes a Portugal”, avança o Ministério.

O Brasil é o segundo maior importador mundial de azeite, com uma média anual de 100 milhões de litros. Desse total, cerca de 60% tem origem portuguesa.

O Governo anuncia em comunicado que o Brasil comprometeu-se ainda a rever a legislação sobre a importação de queijos com cura inferior a 60 dias, permitindo a entrada no mercado brasileiro de produtos portugueses excecionais como o Queijo da Serra da Estrela e o Queijo de Azeitão.

No comunicado, o ministro da Agricultura e Mar reforçou a importância da cooperação entre os dois países, acrescentando que “temos uma relação especial com o Brasil. Precisamos de estabilidade e previsibilidade para que nossos povos tenham acesso a alimentos de qualidade, a preços acessíveis, e que possamos enfrentar juntos os desafios globais com solidariedade e ganhos concretos para todos”.

O Ministro Carlos Fávaro destacou, por seu lado, as ações recentes do Brasil para promover a abertura comercial do país, como a recente aplicação de tarifas zero à importação de azeite virgem extra, conservas de sardinha e bolachas e biscoitos.

“Estamos a mostrar que o multilateralismo é o melhor caminho, num momento em que o protecionismo só gera pobreza, desemprego e atraso”.