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Queixas na saúde disparam 71%: Setor privado lidera com quase dois terços das reclamações

O contexto pandémico agravou a perceção dos portugueses relativamente ao setor da saúde, como comprovam os crescentes números de reclamações ligadas a esta área que o Portal da Queixa já recebeu este ano.
12 Novembro 2020, 12h09

As reclamações ligadas ao setor da saúde no Portal da Queixa dispararam 71% desde o início do ano, sublinha o próprio Portal. Até 9 de novembro de 2020, as queixas relacionadas com atividades da área da saúde totalizaram 6103, que compara com as 3573 registadas em igual período do ano passado.

As queixas repartem-se em 64,9% relativamente ao setor privado e 35,1% ao público, sendo que 21% são relativas a situações Covid-19. Em termos absolutos, os planos e seguros de saúde dominam as reclamações submetidas, com 1261, seguido das farmácias e hospitais e maternidades, com 932 e 930. No entanto, a rubrica que registou maior variação foi a das farmácias, que cresceu 231%, seguida das clínicas médicas, com mais 96% do que em 2019.

O relatório destaca ainda os principais motivos das queixas apresentadas. Nos centros de saúde, a dificuldade de marcação foi a principal razão invocada pelos queixosos, em 56% dos casos; nos hospitais públicos, foi o mau atendimento que dominou as reclamações, motivando 21% das mesmas. Já nas farmácias, grande parte (58%) destas participações estavam relacionadas com venda de máscaras e uma fração menor (37%) com os preços praticados no álcool gel.

“O Serviço Nacional de Saúde continua a registar taxas de insatisfação muito elevadas de ano para ano, não demonstrando melhorias contínuas no serviço prestado”, salienta Pedro Lourenço, diretor executivo do Portal da Queixa e fundador da Consumers Trust. “Os portugueses já perceberam que a partilha pública dos problemas que encontram na prestação dos serviços públicos, traduz melhores resultados através da visibilidade pública, que permite uma avaliação mais transparente e coerente com a realidade, sem filtros políticos e económicos”, conclui.

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