As ondas de choque da eleição de um grupo parlamentar de extrema-direita na Andaluzia continuam a agitar o momento político em Espanha. Desta vez, é um programa de televisão que está a gerar forte polémica entre os espanhóis, depois de uma jornalista, Cristina Pardo, responsável pelo programa Liarla Pardo de La Sexta, se ter visto obrigada a pedir desculpa aos telespectadores por ter conduzido uma reportagem em torno do tipo de votantes do Vox na cidade andaluza de Marinaleda.
“Ontem estávamos errados. A história de Marinaleda foi lamentável”, disse a jornalista num post na sua conta no Twitter, horas depois do Vox e de muitos espectadores criticarem duramente aquilo que consideraram ser uma perseguição aos eleitores da formação de extrema-direita.
Na reportagem, uma jornalista do programa visita a localidade de Marinaleda em busca dos 44 votantes que aderiram ao Vox nas últimas eleições na Andaluzia. O repórter atravessa a cidade em busca daqueles eleitores, pergunta aos vizinhos se sabem quem são, e no final faz com que um dos vizinhos lhe dê o endereço de quem parece ser um desses 44 eleitores. “Um eleitor do Vox pode morar aqui”, diz o jornalista ao chegar à casa de um residente local.
O relatório não passou despercebido, especialmente ao Vox, que logo denunciou nas redes sociais aquilo que lhe pareceu ser um programa que “ultrapassou todos os limites democráticos e todos os códigos deontológicos do jornalismo, apontando onde vivem os eleitores do Vox”.
A enorme quantidade de comentários à notícia nas redes sociais vão no sentido de criticar fortemente – ou mesmo rudemente – a autora do programa e a jornalista que andou pela localidade à procura dos votantes no Vox. “Antidemocrático” é o adjetivo dos mais brandos que se podem encontrar nos comentários ao programa.
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