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Radovan Karadzic condenado a prisão perpétua

O coletivo de juízes considerou que a pena de 40 anos a que tinha condenado em primeira instância, e sobre a qual o ex-líder bósnio-sérvio recorreu, seria demasiado leve pelo que a mesma foi aumentada para prisão perpétua.
20 Março 2019, 14h35

Radovan Karadzic foi esta quarta-feira condenado a uma pena de prisão perpétua tendo em conta o papel decisivo que desempenhou no massacre de Srebrenica, que decorreu na guerra da Jugoslávia, de acordo com a decisão proferida hoje pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia. O coletivo de juízes considerou que a pena de 40 anos a que tinha condenado em primeira instância, e sobre a qual o ex-líder bósnio-sérvio recorreu, seria demasiado leve pelo que a mesma foi aumentada para prisão perpétua.

Em causa estão crimes de contra a humanidade e crimes de guerra pelo massacre de Srebrenica e o cerco de Sarajevo, onde 12 mil pessoas morreram entre 1992 e 1996.

Entre os juízes que apreciaram o recurso está o juiz português Ivo Rosa, que lidera em Portugal a Operação Marquês, que tem o antigo primeiro-ministro José Sócrates como principal arguido. Em primeira instância, Radovan Karadzic foi condenado a 40 anos de prisão, apesar de ter declarado mais uma vez a sua inocência de todos os crimes de que é acusado, incluindo genocídio, no âmbito das guerras dos Balcãs, na década de 1990.

Radovan Karadzic, de 73 anos, classificou como “monstruoso” o veredito emitido pelo TPIJ, em abril de 2016, tendo recorrido da decisão. Já a a acusação considerou a sentença “demasiado clemente”. O ex-presidente sérvio da Bósnia-Herzegovina descreve as acusações que lhe são imputadas como “erros graves”, tendo em conta que tudo que fez foi “tentar proteger sérvios bósnios”.

A decisão de 2016 considerou provado que Radovan Karadzic concebeu um plano político para “criar um clima de insegurança que tornou a vida impossível em Srebrenica e provocou uma catástrofe humanitária”. Radovan Karadzic, capturado em Belgrado em 2008, é o mais alto responsável em julgamento pelo conflito na ex-república jugoslava entre os exércitos muçulmano, sérvio e croata, que levou à morte de mais de 100.000 pessoas.

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