A requalificação do ramal ferroviário do porto de Sines, uma obra que está em curso com conclusão final prevista para agosto próximo, deverá exigir um investimento global de 16,8 milhões de euros e proporcionar a duplicação da capacidade de transporte de contentores por comboio.
Desse montante, cerca de metade serão da responsabilidade da APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve, enquanto os restantes cerca de 8,4 milhões de euros ficaram a cargo da PSA, concessionária do terminal de contentores de Sines (Terminal XXI), que já concluiu a respetiva parte da obra.
O empreendimento, na área intervencionada do Terminal XXI, foi hoje, dia 8 de junho, visitado por Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, acompanhado pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, e pelo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda.
“O projeto de requalificação do ramal ferroviário do porto de Sines, integra um conjunto de projetos estruturantes, em curso, na sua área de expansão leste, que visa dotar o Terminal de Contentores de Sines (Terminal XXI), incluindo já a sua 3ª fase de ampliação em curso, e o futuro Terminal Vasco da Gama (TVG), de melhores condições de operação e manobra e de aumento da capacidade instalada devido ao previsível crescimento de carga contentorizada neste modo de transporte”, destaca um comunicado da APS.
O mesmo documento assegura que, “com as obras realizadas, a capacidade atual de movimentação de 24 comboios/dia, de 600 metros de comprimento cada, será aumentada para 36 comboios/dia, de 750 metros cada, que corresponde a um incremento de duplicação da capacidade atual do ramal”.
“Este projeto de ampliação e modernização do ramal ferroviário do porto de Sines, inclui a ampliação da plataforma ferroviária de carga/descarga do Terminal XXI, com duas novas linhas com capacidade de receção de composições de 750 metros de comprimento (obra já concluída e executada pela PSA Sines), assim como a introdução de melhorias nos sistemas de via, catenária e de sinalização, de forma a permitir uma gestão logística mais eficiente e segura”, assinala a empresa liderada por José Luís Cacho.
A APS acrescenta que, “para além disso, será também realizado o redimensionamento do ‘layout’ do atual ramal, nomeadamente com a construção de uma 4ª linha, e de uma nova linha de reversão adequada à dimensão destas composições, permitindo-se com isso, no futuro, a ligação dos dois terminais (TXXI/TGV)”.
“Futuramente, está prevista a instalação de uma 5ª linha de resguardo para aumento da capacidade da manobra, bem como a ligação ao Terminal Vasco da Gama, em redundância de acessos, com a construção de um 2º acesso”, garante o referido comunicado.
Segundo a APS, “o projeto prevê ainda a automação da manobra, pela instalação de sinalização, criando-se a entidade ‘Gestor de Parque’ (de manobras), sendo a APS a primeira entidade portuária nacional a implementar tal forma de gestão da operação”.
De acordo com a nota técnica da APS sobre a requalificação deste ramal ferroviário, a que o Jornal Económico teve acesso, as obras em curso contemplas as seguintes componentes de intervenção no ramal: requalificação, por reconstrução e modernização das atuais linhas de acesso e de reversão em termos de traçados e de perfis longitudinais, que obriga à sua adequação às restantes linhas que constituem o ramal; introdução de uma 4ª linha de resguardo por insuficiência de resposta à exploração, a médio prazo, das três linhas que constituem o atual feixe; e instalação de sinalização em todas as linhas, com um sistema de comando remoto, um posto de transformação, equipamento elétrico e ‘software’ associado.
“O porto de Sines é um porto de águas profundas, líder nacional na quantidade de mercadorias movimentadas e apresenta condições naturais ímpares na costa portuguesa para acolher todos os tipos de navios. Dotado de modernos terminais especializados, pode movimentar os diferentes tipos de mercadorias, está aberto ao mar e conta com excelentes acessibilidades marítimas sem constrangimentos”, salienta a APS.
A administração do porto alentejano assinala ainda que o porto de Sines “é o principal porto na fachada ibero-atlântica, cujas características geofísicas têm contribuído para a sua consolidação como ativo estratégico nacional, sendo, por um lado, a principal porta de abastecimento energético do país (petróleo e derivados, carvão e gás natural) e, por outro, posiciona-se já como um importante porto de carga geral/contentorizada com elevado potencial de crescimento para ser uma referência ibérica, europeia e mundial”.
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