Sem surpresa, esta crise tem mostrado a importância da rapidez, agilidade e determinação. Os países que tiveram essas caraterísticas ao decidir o confinamento estão a ser premiados com uma evolução menos dramática da pandemia.

Foi essencial ser rápido na decisão de reforçar os meios de atendimento em saúde, nomeadamente o número de testes e os recursos dos cuidados intensivos, imprescindíveis para mitigar os efeitos das infeções. E também foi importante apresentar medidas de apoio económico imediato para, pelo menos, não permitir o colapso da confiança e de algumas empresas e famílias.

Logicamente, os danos na economia decorrentes da Covid-19 serão proporcionais ao tempo que a atividade estiver condicionada, nomeadamente devido ao confinamento e encerramento de atividades. Quanto mais empresas e famílias soçobrarem, mais difícil e demorada será a recuperação.

Portanto, há que ser igualmente ágil na decisão de reabertura. Os primeiros sinais já estão a ser dados por países como a Alemanha, Áustria, Dinamarca e Noruega, que já têm planos concretos quanto à forma de retomar a atividade, inclusivamente com calendários indicativos.

É claro que há que acautelar os riscos e não desperdiçar o enorme esforço que já foi feito. Mas, caso o “número básico de reprodução” – o agora famoso “R0” – se demonstre consistentemente abaixo de 1 e haja capacidade disponível em cuidados intensivos, há menos argumentos para continuar com o mesmo nível de confinamento e outras medidas de caráter mais autoritário.