O ímpeto despesista recente na Europa arrisca voltar a levar a uma subida da inflação, preocupando os responsáveis do Banco Central Europeu (BCE) numa altura em que a pressão nos preços parecia estar quase controlada. Ao contrário do início deste ciclo de juros elevados, a margem para subir taxas é reduzida e, com o crescimento a não passar de anémico em muitos países, pode levar a dores ainda mais agudas para consumidores e agentes.
De um pico de 10,6% em outubro de 2022, a inflação na zona euro recuou até 2,3% na leitura mais recente, mas não sem o forte contributo do aperto monetário pelo BCE: as taxas dispararam de 0% em junho daquele ano para um máximo de 4,5% entre setembro de 2023 e maio do ano seguinte, começando então a recuar. Após a mais recente reunião de fevereiro, a presidente Christine Lagarde falou numa política cada vez menos restritiva face a uma inflação cada vez mais próxima do objetivo de médio prazo do banco, 2%.
No entanto, esta tendência de alívio nos preços encontra agora uma forte ameaça com o aumento dos gastos no bloco europeu. Por um lado, o desinteresse norte-americano está a gerar consensos para aumentar o investimento em defesa em 800 mil milhões de euros, com 150 mil milhões provenientes de Bruxelas; por outro, a década e meia de conservadorismo orçamental alemão acabou com a reforma do travão constitucional da dívida, que deve levar a um disparo nos gastos da maior economia europeia.
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