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Reatores da central nuclear de Almaraz pararam três vezes no espaço de uma semana

Os dois reatores pararam automaticamente por razões de segurança, com a central a garantir que não houve impactos nem para os trabalhadores, nem para o meio ambiente. Conselho de Segurança Nuclear deu este ano luz verde para Almaraz alargar o seu prazo de vida até 2028, faltando o Governo decidir.
27 Junho 2020, 20h06

O segundo reator da central nuclear de Almaraz, em Espanha, parou automaticamente depois da abertura não prevista de um dos seus interruptores.

A notícia está a ser avançada pela agência espanhola Efe que avança que a central já notificou o Conselho de Segurança Nuclear (CSN) do incidente que teve lugar cerca das 02h00 deste sábado (hora de Lisboa). A central de Almaraz fica localizada a cerca de 150 quilómetros de Portugal.

As equipas técnicas da central já estão a trabalhar para apurar as causas da abertura do interruptor para proceder à sua reparação. A direção da central informou que a paragem não teve impacto na segurança das pessoas nem do meio ambiente.

O segundo reator da central não registava uma paragem automática desde maio de 2013, enquanto que o primeiro tinha tido a última paragem em 2018.

Esta paragem automática acontece um dia depois do primeiro reator ter também realizado uma paragem automática, depois de outra registada anteriormente a 23 de junho.

O primeiro reator, conhecido por Unidade I, encontra-se atualmente com uma potência de 54% e vai aumentando a potência gradualmente até aos 100%.

Ainda recentemente, em maio, Conselho de Segurança Nuclear (CSN) deu luz verde para que a central nuclear de Almaraz continue a operar até outubro de 2028, faltando a autorização final do ministério para a Transição Ecológica.

Assim, o reator um que entrou em funcionamento em 1981, pode ficar a produzir até novembro de 2027, enquanto o reator dois, que arrancou em 1983, poderá ficar a funcionar até outubro de 2028.

O CSN considera que estão a ser cumpridas pela entidade gestora da central as condições estipuladas no acordo vigente, concedido em 2010, assim como a revisão periódica de segurança.

A decisão da CSN foi sustentada em 44 relatórios técnicos especializados e os requisitos do Regulamento de Instalações Nucleares e Radioactivas (RINR).

O parecer positivo também teve em conta a informação procedente das inspeções realizadas à central nos últimos anos pela CSN.

A central de Almaraz é detida por várias empresas: Iberdrola com 53%, a Endesa com36% e a Naturgy com 11%.

As centrais nucleares espanholas geraram 21,41% da produção elétrica total em Espanha em 2019.

O partido Unidas Podemos (UP), que integra o Governo em coligação com o PSOE de Pedro Sanchéz já defendeu o encerramento de Almaraz, considerando que a central está “caduca e obsoleta”, apontando que a “energia nuclear é uma energia do passado, que cria importantes resíduos radioativos cuja gestão ainda não está resolvida”.

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