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Receita fiscal pode crescer um bilião de dólares até 2025 se economias desenvolvidas controlarem o vírus

Fundo Monetário Internacional sublinha a importância da campanha de vacinação, talvez “o projeto público com o maior retorno alguma vez identificado”, como descreve Vítor Gaspar, numa altura em que as medidas de apoio fizeram disparar os défices dos países mais desenvolvidos.
7 Abril 2021, 16h45

O crescimento económico resultante de uma situação pandémica controlada poderá levar a ganhos de mais de um bilião de dólares (840,3 mil milhões de euros) em receitas fiscais no conjunto das economias desenvolvidas até 2025, antecipa o Fundo Monetário Internacional (FMI), que reforça assim a importância das campanhas de vacinação nacionais.

O fundo aponta para a necessidade de se coordenarem esforços globais e de se executar agilmente os planos de vacinação de cada país face aos ganhos que a inoculação em massa representa, defendendo que esta “se pagará a si mesma”, como se pode ler no documento referente às previsões orçamentais para a economia global (Fiscal Monitor).

O órgão destaca, por um lado, para o aumento das receitas fiscais face à recuperação económica nos países mais desenvolvidos, mas também para a poupança que o recuo nas atuais medidas de apoio às empresas e famílias representará.

“A vacinação global pode muito bem ser o projeto público com o maior retorno alguma vez identificado”, destaca o diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do fundo, Vítor Gaspar.

Estas sugestões ganham uma importância acrescida numa altura em que o défice global das economias mais avançadas do mundo mais que quadruplicou, passando de 2,9% do PIB em 2019 para 11,7% em 2020.

Simultaneamente, o FMI relembra que muitas multinacionais têm conseguido nos últimos anos evitar impostos, aproveitando-se de vários mecanismos para distribuir lucros pelas suas subsidiárias e pelos vários mercados em que opera.

Pegando no exemplo do digital, que experienciou uma expansão considerável desde a chegada da pandemia, o fundo defende uma realocação de parte dos impostos sobre lucros para os mercados onde operam estas firmas, ecoando a sugestão de um grupo de trabalho criado pela OCDE para o efeito. Este teria o potencial de aumentar entre 0,25% e 0,5% as receitas fiscais corporativas globais, sublinham os organismos.

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