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Rede elétrica espanhola registou vinte falhas uma semana antes do apagão

Peritos apontam que são “falhas graves” e que provocaram problemas na rede ferroviária espanhola e obrigariam a refinaria da Repsol a desligar-se da rede como forma de proteção. Rede Elétrica rejeita ligação com o apagão ibérico de 28 de abril.
7 Maio 2025, 13h16

A Red Eléctrica de Espanha registou 20 falhas na sua rede durante um minuto a 22 de abril, seis dias antes do apagão ibérico, revela o “El Mundo” esta quarta-feira.
Os eventos não provocaram um apagão geral, mas houve consequências: atrasos na rede ferroviária espanhola e a refinaria de Cartagena da Repsol desligou-se do sistema elétrico após detetar as anomalias na rede.
A empresa atribui o sucedido a fatores “habituais” que combinados “provocaram oscilações de tensão que o operador resolveu em 5 minutos”. Os fatores foram as mudanças no fluxo com Portugal, a redução da produção fotovoltaica aquela hora e trabalhos de manutenção na interligação com França.
A Red Eletrica – liderada por Beatriz Corredor – disse ao “El Mundo” que estes eventos não estão relacionados com o apagão de 28 de abril cujas causas ainda estão a ser analisadas.
Fontes contactadas pelo jornal espanhol apontam que 20 eventos destes não são “nada habituais”: são conhecidos como “disparo trifásico definitivo”, desconexões totais dos elementos da rede, como centrais, que se autoprotegem perante anomalias críticas de frequência, tensão ou intensidade.
“Produzem-se perante falhas graves. É a descrição de como atuou a rede perante uma falha grave. Vários disparos seguidos vão colocando as instalações fora da rede sem possibilidade de regresso automático”, segundo uma das fontes.
Uma segunda fonte diz que estes disparos acontecem quando existem falhas “simultâneas” nas três fases da rede, que ajudam a manter o equilíbrio do sistema. “Não são comuns. Quando há avarias por disparos, normalmente, afetam a uma fase, no máximo duas, não três”.
Uma terceira fonte aponta que este tipo de disparo têm um “impacto operacional relevante”: “dão-se quando o próprio sistema conclui que a anomalia não é transitória e isola uma parte da tede até à intervenção humana”.
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