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Redução de mais de 30 balcões do Montepio “ainda em estudo”, diz sindicato

O Banco Montepio quer ajustar rede de distribuição com a fusão de 31 balcões redundantes geograficamente Medida apanhou de surpresa os trabalhadores que poderão ser afetados com a redução de balcões. Mais Sindicato (ex-SBSI) diz que processo não está concluído e administração garantiu que diminuição de trabalhadores será “analisada caso a caso”.
9 Julho 2020, 18h20

O Banco Montepio quer ajustar rede de distribuição com a fusão de 31 balcões redundantes geograficamente. Objetivo: responder aos desafios do novo contexto devido à pandemia da Covid-19 e acelerar a digitalização, aumentando a eficiência da instituição. Medida apanhou de surpresa os trabalhadores que poderão ser afetados com a redução de balcões. Mas Mais Sindicato (ex-SBSI) garante que o processo não está concluído, pelo que ainda não estão definidos os balcões a encerrar, garantindo que diminuição de funcionários será analisada caso a caso.

“Eventual necessidade de diminuição de trabalhadores será analisada caso a caso. O banco adiantou ao Mais Sindicato e ao SBC [Sindicato dos Bancários do Centro] que em algumas funções as equipas precisam ser reforçadas”, avançou ao JE o presidente do Mais Sindicato, liderado por Rui Riso, realçando que “o Montepio tem tido uma prática de alguma tranquilidade nestes processos, sem reduções abrutas de balcões”. Mas alerta: “menos balcões significam sempre menos pessoas”.

Na sequência do pedido de reunião com caráter de urgência, cujo encontro se realizou na semana passada, a administração do Montepio recebeu o Mais Sindicato e o SBC, num encontro que teve a presença de Pedro Leitão, presidente da Comissão Executiva.

Segundo Rui Riso, a reunião teve por objetivo esclarecer se a anunciada eliminação de 10% da rede comercial do banco, através do encerramento de mais de três dezenas de agências, terá efeito nos trabalhadores.

“Face às interrogações dos sindicatos, a administração do banco explicou que a sua estratégia visa a otimização de espaços e recursos atendendo, nomeadamente, à proximidade geográfica de alguns balcões. Afirmou que a situação dos trabalhadores será visa caso a caso e não haverá uma redução abrupta do número de trabalhadores”, explica Rui Riso.

O sindicalista adianta que “o processo não está concluído, pelo que ainda não estão definidos os balcões a encerrar”, acrescentando que os sindicatos aguardam nova reunião.

Relativamente a eventuais consequências para os trabalhadores, o sindicato acrescenta “o Montepio garantiu que se houver necessidade de diminuir o número de efetivos analisará a situação caso a caso”.

Aos sindicatos o banco salientou que poderá haver pessoas a mais em algumas funções, mas noutras é necessário reforçar equipas, tendo avançado que esse estudo está a ser feito.

“A administração comprometeu-se a manter diálogo com o Mais Sindicato e o SBC, informando-os previamente da evolução do processo, bem como garantiu o respeito pelos direitos dos trabalhadores e o seu necessário acompanhamento”, conclui o Mais Sindicato.

Mil trabalhadores continuam em teletrabalho

Na reunião com o presidente do Banco Montepio, os sindicatos aproveitaram para esclarecer as regras de manutenção do teletrabalho, tendo o banco informado que cerca de mil trabalhadores continuam em regime de teletrabalho e até setembro o número máximo em trabalho presencial será de 25%.

“A administração adiantou que terá sempre em consideração e analisará atentamente todas as solicitações dos trabalhadores que pretendam manter-se nesse regime, nomeadamente por necessidades imperiosas de assistência a filhos e idosos ou por questões de saúde”, avança o Mais Sindicato.

Covid-19 precipita outras ações

Além do ajustamento da rede de balcões, com a fusão de 31 agências redundantes “devido à sua proximidade geográfica”, o Banco Montepio anunciou a 23 de junho aos trabalhadores, através de uma comunicação interna com o título “Ajustamento a um novo ciclo”, que vai avançar com outras ações. Na lista dessas iniciativas está o objetivo de robustecer o modelo de negócio, reforçando a aposta em produtos com maior valor acrescentado para o cliente, bem como acelerar a transição digital, tanto nos processos internos, como nas plataformas de relação com clientes e aumentar a eficiência, nomeadamente através da revisão dos processos e dos normativos internos.

Outras ações passam ainda por implementar novos conceitos e novas formas de trabalhar, que valorizem a colaboração e a flexibilidade, promovendo um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

No comunicado enviado aos trabalhadores, a comissão executiva liderada por Pedro Leitão salienta mesmo que “quando a incerteza é o traço dominante do novo normal, a única certeza é a de que não vamos baixar os braços”, reforçando que o banco está trabalhar para construir um “Banco Montepio mais forte e mais sustentável, capaz de enfrentar o futuro”.

 

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