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Reforço de 500 mil milhões de euros da ‘bazuca’ do BCE não teve unanimidade do Conselho de Governadores

Programa de Compra de Emergência Pandémica foi considerado como “a pedra angular” da política monetária do Banco Central Europeu, mas o Conselho de Governadores não foi unânime sobre o reforço deste instrumento em 500 mil milhões de euros decidido em dezembro.
14 Janeiro 2021, 13h48

O reforço do Programa de Compra de Emergência Pandémica (na sigla inglesa, PEPP) em 500 mil milhões de euros anunciado pelo Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) na última reunião sobre política monetária do ano passado não foi unânime.

O BCE divulgou esta quinta-feira as minutas da reunião, que teve lugar entre os dias 9 e 10 de dezembro, na qual foi decidida o processo de recalibragem dos instrumentos de política monetária do banco central para atacar a crise, no qual se destacou o aumento do PEPP em 500 mil milhões de euros, para um total de 1,85 biliões de euros, e prolongamento do respetivo prazo até março de 2022.

Apesar de o PEPP ter sido considerado “como a pedra angular” do pacote de política monetária do Conselho de Governadores, houve discussões quanto ao volume do seu aumento.

Houve membros do Conselho de Governadores, órgão máximo de política monetária da zona euro no qual tem assento o Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que defenderam um aumento “moderado” do PEPP, argumentando que “ainda havia espaço significativo para compras [de ativos] ao abrigo de decisões anteriores” e que a elevada incerteza justificava “manter alguma pólvora seca” para abrir espaço para ajustar o PEPP no futuro.

Foram ainda apresentados argumentos favoráveis para um aumento do PEPP ainda maior. O aumento de 500 mil milhões de euros, que prevaleceu após uma reunião tensa, foi considerado “insuficiente” por alguns membros do Conselho de Governadores para aliviar as condições de financiamento e colocar a inflação na rota da meta do mandato do BCE, cujo objetivo é ter uma taxa inflação abaixo, mas próxima dos 2%.

Na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio da decisão do BCE, a presidente do banco central, Christine Lagarde, foi imediatamente questionada sobre se o processo de recalibragem dos instrumentos de política monetária teve a unanimidade do Conselho de Governadores. Na resposta, a francesa foi evasiva e explicou apenas porque é que foi decidido prolongar o PEPP por mais nove meses.

 

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