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Reformas económicas de João Lourenço ganham fôlego em 2019, prevê Fitch

A consultora Fitch Solutions defendeu que a “agenda reformista” do presidente de Angola vai ganhar fôlego este ano, melhorando a confiança dos investidores, mas alerta para as tensões que podem surgir no partido e no eleitorado.
9 Janeiro 2019, 10h32

A consultora Fitch Solutions defendeu que a “agenda reformista” do Presidente de Angola vai ganhar fôlego este ano, melhorando a confiança dos investidores, mas alerta para as tensões que podem surgir no partido e no eleitorado.

“A Fitch Solutions espera que a agenda reformista do Governo do Presidente João Lourenço aumente ainda mais o sentimento dos investidores em 2019, com a consolidação do poder e o novo acordo com o Fundo Monetário internacional a darem o fôlego necessário para as mudanças de política”, escrevem os analistas.

Numa nota enviada aos investidores sobre a perspectiva de evolução económica de Angola, os analistas alertam, no entanto, que “as medidas destinadas a melhorar o ambiente de concorrência e a consolidação orçamental, num contexto de fragilidade económica, têm o potencial de aumentar as tensões entre os membros do partido no poder, que podem tornar-se mais resistentes às reformas, bem como o eleitorado”.

Para estes analistas da consultora, que é detida pelo mesmo grupo que detém também a agência de ‘rating’ Fitch, “as medidas planeadas para melhorar o panorama da concorrência empresarial e a dinâmica orçamental, que deverão ser implementadas nos próximos trimestres, têm potencial para ser mais politicamente sensíveis que as medidas aplicadas em 2018”.

Como exemplo, os analistas apontam a privatização de algumas empresas públicas, que “podem aumentar as tensões entre João Lourenço e o MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola]”, no poder, devido às “redes de favorecimento” que existiam no tempo do anterior Presidente.

A Fitch Solutions alerta ainda para a possibilidade de o descontentamento público aumentar devido às medidas de consolidação orçamental: “O descontentamento da sociedade civil tem sido relativamente silencioso desde que Lourenço sucedeu a José Eduardo dos Santos em 2017, com a sua campanha anticorrupção a receber apoio de grande parte do eleitorado”.

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