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“Regulação tem que se habituar à velocidade da inovação”, alerta responsável da Roche

A ideia foi deixada por Cláudia Ricardo, diretora de Market Access & External Affairs da Roche, no Special Report subordinado ao tema da indústria farmacêutica que debateu a inovação e tecnologia no negócio deste sector. “A inovação está a acontecer a um ritmo nunca antes visto”, referiu.
23 Abril 2024, 12h25

A inovação na indústria farmacêutica está a acontecer ao ritmo mais elevado de sempre e a regulação deve fazer um esforço ainda mais pronunciado para acompanhar essa evolução.
A ideia foi deixada por Cláudia Ricardo, diretora de Market Access & External Affairs da Roche, no Special Report subordinado ao tema da indústria farmacêutica que debateu a inovação e tecnologia no negócio das farmacêuticas.

Além desta responsável, o painel que debateu o tema “Inovação e Tecnologia no Negócio das Farmacêuticas” contou com a presença do recém-nomeado diretor-geral da GSK Portugal, o norte-americano Eric King e o diretor-geral da Bayer Portugal, Marcos Dietrich.

“Diria que a inovação está a acontecer a um ritmo nunca antes visto. A área regulamentar tem que se habituar a esta velocidade”, começou por referir esta responsável.
Cláudia Ricardo referiu ainda que “queremos reduzir todo o nível de incerteza na introdução de uma inovação no mercado, até que ponto não é importante espaçar no tempo a avaliação destas novas tecnologias. Depois, a tecnologia entra e não há um sistema que vá verificar se estamos a cumprir as expectativas”.
“A tecnologia em torno do medicamento torna-se obsoleta mais rapidamente do que o próprio medicamento”, explicou a responsável do grupo que está presente em Portugal desde 1973.

No entender de Cláudia Ricardo, “se a área farmacêutica for estratégica tem que haver previsibilidade nesta componente da competitividade, algo que é deixado muitas vezes fora da equação”.

“A regulação não é intrusão. É importante que haja uma plataforma de diálogo para perceber as necessidades dos doentes. Quando falamos dos indicadores de saúde, temos que tentar perceber o que é mais importante para a qualidade de vida do doente”, explicou esta diretora da Roche.

Sobre modelos de negócio e de governança, Cláudia Ricardo explicou que a Roche mudou esse modelo de forma radical, colocando a decisão nas mãos de quem está no terreno porque “tem a melhor perceção da realidade”: “Isto traz maior agilidade, as pessoas estão empoderadas para tomar decisões. Isto implica estar lá fora, ouvir. Este é um caminho que não se faz sozinho”.

Que mudanças vamos ver nos próximos 30 anos no sector das farmacêuticas? Será que ainda vamos ter remédios como os conhecemos? Ou as empresas vão procurar outras soluções de cuidados de saúde, integrando outras disciplinas e produtos tecnológicos e dispositivos médicos? E qual será o papel da IA e da computação quântica nessa viagem de descoberta?

Estes e outros temas estiveram em debate no pequeno-almoço executivo “Indústria Farmacêutica” que o Jornal Económico organiza esta terça-feira, no hotel Intercontinental, em Lisboa.

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