Regulador britânico estende prazo para avaliar negócio entre Microsoft e editora do ‘Call of Duty’

A Autoridade da Concorrência e Mercados (CMA – Competition And Markets Authority) do Reino Unido, equivalente à Autoridade da Concorrência (AdC) em Portugal, anunciou esta sexta-feira que está a prorrogar o prazo para sua avaliação do acordo de aquisição da Activision Blizzard, editora de videojogos famosos como o “Call of Duty”, pela Microsoft.

O regulador britânico da concorrência estendeu o tempo de revisão da operação por mais seis semanas até ao próximo dia 29 de agosto para ter tempo de escrutinar as propostas das duas partes para resolução das preocupações da CMA, que tem sido um forte opositor ao negócio de 69 mil milhões de dólares (cerca de 61 mil milhões de euros à cotação atual).

O Grupo de Inquérito decidiu estender por seis semanas, nos termos da seção 41A(2) da lei, o período para o cumprimento do seu dever nos termos da seção 41(2) da lei, pois considera que há razões especiais para fazê-lo. O período de revisão terminará, portanto, a 29 de agosto de 2023”, lê-se na nota publicada pela CMA e consultada pelo Jornal Económico.

No passado mês de abril, a autoridade da concorrência do Reino havia bloqueado o acordo por considerar que a operação entre a Microsoft e a Activision Blizzard iria prejudicar outras empresas no sector devido a um eventual reforço da posição dominante na indústria de cloud gaming (jogo).

Confrontado com esta decisão, o presidente da Microsoft, Brad Smith, disse que a CMA estava a negar “um caminho pragmático para corrigir as preocupações da concorrência” e a desencorajar “a inovação tecnológica e investimento no Reino Unido”. Entretanto, os ânimos acalmaram e a CMA mostrou-se disponível para retomar as negociações e encontrar um ponto de equilíbrio na discussão que fosse o mais favorável possível para ambos.

Segundo a agência “Bloomberg”, que cita fontes próximas à operação, a Microsoft até está aberta a vender alguns dos seus direitos no mercado cloud dos jogos no Reino Unido, disponibilizando-os a outras empresas, para amenizar as conversações com a CMA.

Certo é que o anúncio formal da intenção de fechar este negócio – o maior dos quase 50 anos de Microsoft – foi feito a 18 de janeiro de 2022, depois de meses de especulação, as investigações abriram em julho do ano passado e em meados de julho de 2023 ainda não é conhecida a decisão oficial.