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Reino Unido: Autora de petição para revogar o Brexit ameaçada de morte

Petição criada por Margaret Anne Georgiadou já ultrapassou as 4,5 milhões de assinaturas.
  • Stefan Wermuth / Reuters
23 Março 2019, 22h09

A professora universitária reformada que iniciou a mais bem-sucedida petição de sempre no Reino Unido, escreveu no Twitter que nas últimas dez horas recebeu “três ameaças de morte pelo telefone”, “a minha conta de Facebook foi pirateada e recebi uma torrente de insultos no Facebook”, por isso, acrescenta, “vou fechar a minha conta”. Numa outra publicação, Margaret Anne Georgiadou, questiona: “Quem deseja assim tanto o Brexit que está preparado para matar?”.

A petição on-line lançada pela professora e apoiada por várias personalidades, para que o governo britânico renuncie ao Brexit, ou seja, à saída da União Europeia (UE) já ultrapassou 4,5 milhões de assinaturas, de acordo com o site de petições do governo britânico, ultrapassando de longe o mínimo de 100 mil assinaturas necessárias para o Parlamento discutir o tema.

“O governo afirma repetidamente que a saída da UE é ‘a vontade das pessoas’. É necessário pôr um fim a essa afirmação através da força do povo para permanecer na UE”, lê-se no site da petição.

Na quinta-feira, o acesso ao portal da petição on-line esteve bloqueado devido ao elevado número de acessos, registando-se “a maior taxa de assinaturas […] com que o site já teve de lidar”, anunciou o Comitê Britânico de Petições pelo Twitter.

A iniciativa, designada ‘Revoke Article 50 and remain in the EU’ (Revogar o Artigo 50 e permanecer na UE), surge na sequência do pedido de adiamento do Brexit feito pela primeira-ministra britânica, Theresa May, à União Europeia.

Uma sondagem divulgada esta semana indicava que o apoio a um novo referendo relativo ao ‘Brexit’ aumentou após a rejeição no parlamento britânico pela segunda vez, em 12 de março, do Acordo de Saída negociado com Bruxelas pelo Governo de Theresa May. Segundo o Instituto YouGov, 56% dos eleitores são favoráveis a um novo referendo e 44% opõem-se.

O Conselho Europeu concordou na quinta-feira com uma extensão do Artigo 50.º até 22 de maio, desde que o Acordo de Saída seja aprovado pela Câmara dos Comuns na próxima semana, ou 12 de abril, se for chumbado, rejeitando assim o pedido de Londres de adiar o ‘Brexit até 30 de junho.

O Governo britânico pretende submeter o Acordo de Saída por uma terceira vez aos deputados esta semana, depois de dois chumbos, um em janeiro por uma diferença de 230 votos e outro em março por uma margem de 149 votos.

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