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Reino Unido: investidores à espera das notícias do outro lado do Canal

Simpáticas para com os trabalhistas ao longo das últimas semanas, as consultoras internacionais estão agora à espera do que o novo primeiro-ministro eleito tem a dizer sobre matéria económica.
Neil Hall/EPA
5 Julho 2024, 11h04

Com o Partido Trabalhista destinado a garantir uma maioria significativa como resultado das eleições no Reino Unido, o banco norte-americano Goldman Sachs diz esperar que “a agenda de política fiscal do Partido Trabalhista proporcione um impulso modesto à procura” e “portanto, aumentamos as nossas previsões de crescimento do PIB em 0,1 pp em cada um dos anos de 2025 e 2026. A procura mais firme deverá resultar em salários ligeiramente mais elevados, mas as magnitudes envolvidas sugerem que as implicações”, nomeadamente em termos de inflação, serão “provavelmente limitadas”.

A reforma do sistema de planeamento, o aumento do investimento público e a promoção de laços mais estreitos com a União Europeia são o caminho preconizado. “Ao mesmo tempo, possíveis aumentos adicionais na tributação e uma redução da imigração líquida poderiam pesar sobre crescimento. Dito isto, será difícil avaliar a magnitude dos efeitos destas políticas até que o partido estabeleça mais detalhes sobre a sua agenda política”. Ficamos assim à espera.

Do seu lado, Simon Gergel, diretor de Investimentos (CIO) de Ações do Reino Unido da Allianz Global Investors (Allianz GI), refere que “a aposta de Rishi Sunak em eleições antecipadas no Reino Unido não deu certo. Como era esperado, o Partido Trabalhista obteve uma maioria”.

Refira-se que “em outros momentos, os mercados de ações podem ter ficado assustados com a possibilidade de um governo trabalhista. Porém, há duas razões para as coisas serem diferentes desta vez:  o próprio partido mudou significativamente para o centro do espetro político; e como o curto governo de Liz Truss mostrou, os mercados de investimento têm poder sobre os governos que dependem do financiamento de mercados obrigacionistas”. Nem mais.

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