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Reino Unido: Trabalhistas a caminho de uma vitória esmagadora

Resultados das sondagens à boca das urnas não deixa margem para dúvida: os conservadores preparam-se para averbar uma derrota histórica.
4 Julho 2024, 22h07

As pesquisas à boca das urna preveem que os trabalhistas conquistarão 410 lugares, garantindo uma maioria de 170, contra 131 dos conservadores. É uma vitória que não deixa margem para dúvidas e está em linha com aquilo que as sondagens demonstravam como provável.

A votação está fechada nas eleições gerais do Reino Unido (as urnas fecharam às 22 horas), e a pesquisa à boca das urnas apontou para uma derrota conservadora. Os primeiros resultados estão previstos para as 23h30. As emissoras televisivas encomendam pesquisas à boca das urna desde a década de 1970 e, no passado, houve alguns erros espetaculares. Em outubro de 1974, uma sondagem deste género da BBC dizia que os trabalhistas venceriam por uma esmagadora maioria, quando na verdade Harold Wilson venceu por uma pequena maioria.

Em 1987, a BBC e a ITV (que produziam sondagens em regime de concorrência à época) subestimaram muito o tamanho da maioria de Margaret Thatcher, e ambas previram um Parlamento suspenso em 1992, quando John Major ganhou uma pequena maioria.

Mas em 2005 a metodologia mudou e, desde então, as sondagens à boca das urna têm sido geralmente muito precisas. Das cinco sondagens anteriores calculadas usando os novos método, duas acertaram a maioria.

A sondagem fornece os seguintes resultados: conservadores 131 lugares, trabalhistas 410, liberais democratas 61, SNP (Escócia, trabalhista) 10, Reform UK 13 e Verdes 2.

A confirmarem-se estes resultados, e para além da larga maioria dos trabalhistas, há também a destacar o facto de os extremistas do Reform UK terem registado uma votação muito aquém do que estava previsto: apenas 13 deputados, quando algumas sondagens indicavam que podiam ultrapassar os liberais – que assim escapam à irrelevância política.

Para as consultoras económicos, não haverá diferenças substanciais entre a atuação do novo governo trabalhista e a sucessão de anteriores governos conservadores (com exceção do de Liz Truss). Mas alertam para uma evidência: confirmada a maioria absoluta, os trabalhistas podem não resistir à tentação de uma nova geometria redistributiva que vai, a médio prazo, ter implicações negativas do lado da despesa do Estado. É uma tentação que as consultoras querem, na medida que lhes é possível, parar, chamando a atenção para o facto de o estado em que os conservadores deixam a economia não ser de molde a acomodar com facilidade mais despesa sem que isso tenha um impacto significativo no PIB e no seu crescimento. Que, previsivelmente, não será famoso: 0,9%, dizem várias casas dedicadas ao tema, antes de ensaiar um mais confortável 1,3% em 2025.

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