O governo britânico, liderado por Theresa May, ainda não definiu a estratégia para levar a cabo este complexo processo que permite a um país deixar a União Europeia. A revelação chega através de documentos internos, que chegaram à redação do ‘Times’ mas que a própria ‘BBC’ também já consultou, informa o ‘Observador’.
Nestes documentos, assume-se que há “divisões” no seio do executivo britânico e surge também o aviso de que os cerca de 500 projetos pensados para e relacionados com o Brexit poderão implicar a necessidade de mais 30 mil funcionários. No documento, pode ler-se que a primeira-ministra “interfere nas decisões e nos detalhes para resolver, ela própria, as questões”, e que até agora o governo não conseguiu ter um plano definido para o Brexit.
A BBC cita um porta-voz do governo britânico, que “não reconhece” as afirmações que constam deste documento interno. Mas a cadeia de televisão britânica diz também que um dos seus jornalistas já consultou este memorando, em que se fala de quão “complexo, complicado e desafiante” será levar o Brexit até ao fim.
O documento em causa terá sido escrito por um consultor e intitula-se ‘Brexit Update’. É, na prática, uma atualização sobre a fase em que o processo se encontra, uma atualização do passado dia 7 de novembro.
Já o ‘Times’, que teve acesso em primeira mão aos documentos, realça mais detalhes, nomeadamente que as divisões no seio do executivo mostram figuras como Boris Johnson, ministro dos negócios estrangeiros, e David Davis, o secretário de Estado para o Brexit, de um dos lados da barricada, enquanto o secretário de Estado para os negócios, Greg Clark, e o Chancellor Philp Hammond estão do outro.
O relatório inclui ainda referências às pressões feitas por grandes empresas de vários setores, que querem garantias do governo iguais às que foram dadas à Nissan. Segundo a Reuters, “Londres entregou à companhia um compromisso por escrito de ajudas extraordinárias no caso de que o Brexit reduzisse a competitividade da fábrica de Sunderland”.
Estas divisões poderão levar a meses de atraso na definição da estratégia do Reino Unido nas negociações do Brexit. O Reino Unido ainda tem de invocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, o artigo que permite a um país deixar a União Europeia.
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