[weglot_switcher]

Fed volta a não mexer nas taxas de juro mas antecipa quebra de 6,5% no PIB dos EUA

Depois dos dois cortes de março, a Fed reitera decisão de fazer uma pausa nas taxas de juro. Contudo, a Reserva Federal dos EUA Fed antecipa uma quebra de 6,5% no PIB do país.
10 Junho 2020, 19h13

Depois de ter anunciado em março dois cortes (primeiro de 50 pontos base e depois de 100 pontos base) na federal funds rate [rácio das taxas de juro norte-americanas], devido aos riscos económicos inerentes à pandemia da Covid-19, e depois de em abril ter mantido a taxa de juro inalterada perto de zero, a Reserva Federal [Fed] dos Estados Unidos voltou a manter a taxa de juro inalterada perto de zero, indicando que assim deverão continuar até 2022. Por outro lado, o organismo antecipou uma quebra de 6,5% no PIB dos EUA.

De acordo com o comunicado da Fed, emitido esta quarta-feira, foi decidido “manter a taxa dos federal funds entre 0 um quarto percentual”. “[Fed] espera manter essa taxa até ter certezas de que a economia resistiu aos eventos recentes e caminho para alcançar as suas metas máximas de emprego e estabilidade de preços”, lê-se.

“O surto do novo coronavírus está a causar tremendas dificuldades económicas e humanas nos Estados Unidos e no mundo. O vírus e as medidas tomadas para proteger a saúde pública levaram a acentuadas quebras na atividade económica e a um aumento nas perdas de empregos. A procura mais fraca e os preços do petróleo significativamente mais baixos estão a manter a inflação dos preços ao consumidor. As condições financeiras melhoraram, refletindo em parte as medidas políticas para apoiar a economia e o fluxo de crédito para as famílias e empresas dos EUA”, acrescenta o comunicado do organismo liderado por Jerome Powell.

Apesar de ter mantido as taxas de juro inalteradas, a Fed antecipou uma quebra de 6,5% no PIB dos EUA e reviu em alta a previsão da taxa de desemprego para 9,3%, após a surpreendente redução do indicador em maio.

Relativamente à projeção sobre a evolução da economia norte-americana, o organismo estimou que o PIB do país recupere e cresça 5% em 2021 e 3,5% no ano seguinte. Sobre a taxa de desemprego a trajetória calculada é também animadora, estimando um recuo de 6,5% no próximo ano e uma nova quebra de 5,5% em 2022.

Nas projeções anteriores, publicadas em dezembro de 2019, a Fed estimava um aumento do PIB norte-americano de 2% este ano e de 1,9% em 2021.

O banco central norte-americano começou na terça-feira uma reunião de política monetária de dois dias,para realizar uma nova avaliação do impacto económico da pandemia da Covid-19 nos Estados Unidos, após a inesperada descida do desemprego em maio, naquele país.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos, que em abril tinha atingido 14,7%, com a perda de 20,5 milhões de empregos, desceu em maio para 13,3%, com a reabertura progressiva da atividade, o que levou a algum otimismo quanto à recuperação económica.

No início da pandemia da Covid-19, tendo em conta os riscos económicos à época estimados – e hoje parcialmente verificados – cortou as taxas de juro, colocando-as entre 0% e 0,25% e lançou várias injeções maciças de liquidez.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.