Pedro Mira Vaz, chief data & analytics officer do Novobanco, encerrou a conferência sobre a evolução e a aplicação da inteligência artificial, a IA Summit, que foi promovida pelo Jornal Económico este terça-feira em Lisboa.
A aplicação de inteligência artificial é cada vez mais um eixo estratégico dos bancos para antecipar tendências e gerar valor para clientes e o Novobanco, que tem 70,9% de clientes digitais ativos, não é exceção.
A banca esteve sempre na linha da frente da inovação, começou por defender o gestor do Novobanco que afirmou que “inova-se percebendo melhor os clientes e conseguindo antever o seu futuro financeiro”. A IA ajuda imenso nesse campo e na “clusterização”, disse.
“Há muita possibilidade de inovação que podemos ter num espaço regulado”, defende Pedro Mira Vaz.
“Estamos muito digitalizados, mas continuamos a ter reclamações escritas à mão, a digitalização de um papel não é a digitalização de um conteúdo”, lembrou o gestor para sublinhar qual o caminho da digitalização.
“O que é importante é a base de dados dos clientes e de operações. É nos dados que reside toda a diferença, o resto é tecnologia”, considera o chief data & analytics officer do Novobanco que sublinha que “foi feito um enorme trabalho nos últimos anos e governar os dados”.
A IA Generativa depende dos dados estruturados, “o que é um desafio por si”.
A Inteligência Artificial generativa ou IA generativa é um ramo da inteligência artificial focado na criação de conteúdo novo, baseado em padrões.
“A IA vai ser o tecido que nos vais permitir construir novos modelos”, referiu o gestor.
“Temos uma equipa dedicada à excelência operacional, chamamos-lhes um centro de automação inteligente, que reúne pessoas de processos, pessoas de negócio, pessoas de robotização e pessoas de Inteligência Artificial mais na ótica do computer vision, que tem feito imenso pela automação de processos que só serão visíveis ao cliente na velocidade do serviço prestado”, disse o gestor que citou um exemplo de pedidos do crédito à habitação.
“Em 2018 criámos uma prática de IA que era experimental, e estava muito focada na ligação com as universidades”, disse acrescentando que “temos vindo a mudar o nosso peso para o desafio da execução e da escala, a preocupação no último ano é dar escala às operações que fazemos”, revelou.
Pedro Mira Vaz revelou que, no Novobanco, “estamos muito atentos ao universo das startup, estamos interessados em perceber a cadeia de valor” porque é daí que “vão vir as ideias que vão mudar o nosso mundo”.
“Nós sentimos que empresas maiores sentem responsabilidade de liderarem e mostrarem o que fazem” mas, disse, “o maior desafio vem da expetativa dos clientes e de como é que a podemos cumprir”.
Há uma pressão do board para acelerar o passo de dar resposta aos clientes, reconheceu o responsável. “Há uma preocupação de servir com excelência o cliente e temos de acelerar o passo”, acrescentou o gestor lembrando que vem daí “a preocupação em construir frameworks para permitam acelerar isto”.
“A maior barreira hoje é de implementação e não de criação de soluções”, destacou.
As pessoas têm de aprender mais e têm de se habituar, lembrou Pedro Mira Vaz. “Para dar serviços muitos personalizados, é preciso disponibilizar dados, implica partilhar a minha vida, e não apenas as transações bancárias”, disse sublinhando que isso implica mudanças nas barreiras de transmissão de dados.
O gestor do Novobanco está no entanto otimista, pois acredita que, no futuro, “vamos ter serviços bancários quase perfeitos”.
“Vamos poder dizer ao cliente como é que a vida dele vai ser até ao fim da sua vida, a ajudá-lo com ferramentas a planear a sua vida a muito longo prazo”, promete o gestor do Novobanco.
Pedro Mira Vaz tem cerca de 20 anos de experiência bancária em áreas diversificadas como pagamentos, marketing, inovação ou canais diretos e desde 2023 que lidera uma grande transformação em dados e IA no Novobanco, desde a tecnologia à organização e processos, procurando sinergias entre obrigações legais e regulamentares e a geração de valor para a empresa e para os seus clientes. O gestor tem defendido que “a banca são dados e pessoas”.
O trabalho de transição digital e a adoção de novas tecnologias que está a ser feito na Administração Pública foi o tiro de partida para a AI Summit 2025, a conferência sobre a evolução e a aplicação da inteligência artificial. A AI Summit contou com dois painéis, o primeiro sobre a regulação (qb) da inteligência artificial na União Europeia, o segundo sobre como as empresas podem chegar a estas novas tecnologias.
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