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Respostas rápidas. A que se devem os cortes de ‘rating’ da Moody’s e o que representam?

A agência cortou no rating atribuído a vários bancos de média dimensão nos Estados Unidos, a que juntou grandes bancos que passam a estar sob revisão. O que está em causa e quais os efeitos destas medidas?
8 Agosto 2023, 15h45

A Moody’s baixou o rating de uma série de bancos norte-americanos de dimensão média e colocou outros em revisão, mediante as análises que realiza, tanto ao nível da economia, como ao nível do sector bancário. A decisão da agência gerou um clima de insegurança nos mercados que, de resto, foi visível na abertura dos índices da bolsa de Nova Iorque.

Wall Street acorda no ‘vermelho’, em reflexo de decisão da Moody’s

Que bancos viram o rating cair, quais estão agora sob revisão e o que significa esta situação?

Entre as entidades bancárias que viram a Moody’s baixar o rating estão nomes como o Associated Bank, Old National Bank, Webster Bank, BOK Financial, M&T Bank, entre outros, que protagonizaram uma descida de um nível cada um. Houve reduções de A3 para A2, A3 para Baa1 e Baa2 para Baa3, o que significa que o rating mais baixo corresponde a uma capacidade financeira aceitável.

A somar a isto, grandes bancos como o Bank of New York Mellon (BNY Mellon), US Bancorp ou Truist Financial foram colocados em situação de revisão, o que significa que a Moody’s está a avaliar a possibilidade de também estes terem um corte no rating.

O que levou a estas decisões, de acordo com a posição tomada pela Moody’s?

A apresentação de resultados referentes ao segundo trimestre foi o que despoletou esta tomada de decisão da agência. Em causa estão pressões financeiras sobre as instituições visadas e possíveis deficiências ao nível do capital, sendo que estas situações foram mencionadas em diversos comunicados.

“Os resultados do segundo trimestre dos bancos americanos mostram um aumento significativo nos custos de captação e pressões sobre a rentabilidade devido ao rápido e significativo aumento das taxas de juros e à inversão da curva do Tesouro, que continuará a reduzir a rentabilidade e que implica menor capacidade de gerar capital”, mencionou a Truist Financial, sendo que os argumentos são semelhantes para a generalidade dos grandes bancos.

No caso dos bancos de média dimensão, o quadro é idêntico, com pressões efetivas, fraquezas ao nível do capital regulatório e maiores riscos associados à exposição a imóveis.

Em março teve início uma crise bancária, com a falência do Silicon Valley Bank (SVB) a gerar receios de que se repetisse a situação de 2008. A situação atual do sector bancário coloca de lado essa possibilidade?

A Moody’s continua a ver vulnerabilidades no sector. Em reflexo de toda a conjuntura, a desconfiança em relação aos bancos aumentou, o que torna mais difícil para os próprios atrair depósitos. A desaceleração do mercado de crédito, resultante do aumento acentuado das taxas de juro, é outro problema, na medida em que a redução de empréstimos gera maior dificuldade para construir uma carteira de ativos mais lucrativa, como reconhece a Moody’s.

Em simultâneo, a agência de rating aponta para aquilo que diz ser a falta de regulação ao nível do risco ligado ao aumento das taxas de juro diretoras, que resulta num fraquejar da carteira de obrigações dos bancos. Deste modo, surgem riscos de liquidez.

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