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Respostas Rápidas: quais os efeitos da suspensão do abastecimento de combustíveis?

Para resolver a situação, o sindicato que decretou a greve dos motoristas de matérias perigosas aguarda por uma reunião com o ministro das Infraestruturas e Planeamento, Pedro Nuno Santos, durante esta tarde, depois de uma conversa “informal” com o governante.
  • Carlos Barroso / Lusa
16 Abril 2019, 16h31

O que originou a greve dos motoristas de materiais perigosos?
A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, 15 de abril, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo. A greve terá uma adesão de 100%, segundo o sindicato.

O Governo decretou serviços mínimos para esta greve que deverão assegurar o “abastecimento de combustíveis aos hospitais, bases aéreas, bombeiros, portos e aeroportos, nas mesmas condições em que o devem assegurar em dias em que não haja greve”, mas os grevistas impugnaram juridicamente os serviços mínimos decretados pelo Governo.

O que diz o Governo?
A última reação do Governo partiu do ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, que mostrou maior preocupação com a situação nos aeroportos.

O ministro da Economia disse esta terça-feira que, até ao momento, não há notícias de perturbação nos aeroportos por causa da greve dos motoristas, mas alertou que a situação pode mudar “nas próximas horas” caso não sejam cumpridos os serviços mínimos.

“Neste momento, não temos notícia de perturbação em nenhum dos aeroportos nacionais. Houve um cancelamento de um voo em Faro e de um voo em Lisboa exclusivamente por questões de gestão de rotas, mas não quero esconder que, se não for retomado o abastecimento nas próximas horas, podemos vir a ter perturbações das operações aéreas”.

Existem voos que estão a fazer escalas técnicas para abastecer noutros aeroportos e, apesar de não haver perturbações nos voos até ao momento, “o nível de reserva [de combustível] é crítico”, acrescentou o governante.

Segundo o ministro, também as unidades autónomas de gaseificação de Faro e Olhão “precisam de abastecimento nas próximas horas para não ser prejudicado o abastecimento à região do Algarve”.

Siza Vieira garantiu que o Governo está a acompanhar a situação e a avaliar em que que medida será retomado o abastecimento “a estas infraestruturas críticas” e também a estudar “alternativas” caso a situação venha a piorar.

O ministro afirmou que com a requisição civil, que entrou hoje em vigor, os motoristas que estão de escala ficam de imediato obrigados a cumprir os serviços mínimos.

Sobre os postos de abastecimento, apelou para que as pessoas “não se precipitem” para não diminuir a capacidade de gerir a situação.

Já há resposta do sindicato?
O sindicato que decretou a greve dos motoristas de matérias perigosas aguarda por uma reunião com o ministro das Infraestruturas e Planeamento, Pedro Nuno Santos, durante esta tarde, depois de uma conversa “informal” com o governante. Segundo a Lusa, Pedro Henriques, que disse aguardar “durante a tarde” pela marcação da reunião com o ministro, depois de ter tido uma conversa “informal” com o governante sobre a paralisação.

Pedro Henriques espera que haja condições para “chegar a um consenso”, mas avisa que o sindicato não tem intenção de terminar a greve e simplesmente “passar por cima” da situação.

 

Até ao momento que consequências há na suspensão do abastecimento de combustíveis?
As principais consequências verificam-se nos Aeroportos de Lisboa e Faro, nos receios das empresas de transportes rodoviários e com os portugueses a recearem a escassez de combustível devido à greve.

Em alguns postos de abastecimento de combustível já se está a verificar uma corrida às bombas, visto que os portugueses receiam uma escassez de combustível devido à greve do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP). Também as empresas de transportes rodoviários estão “já nos limites” devido à falta de combustível motivada pela paralisação, de acordo com a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP).

Durante a manhã desta terça-feira, a Prio fez saber que estima que combustíveis esgotem hoje em quase metade dos seus postos, devido à greve. Mas o grande problema está nos aeroportos – pelo menos um voo foi já cancelado devido à greve. A TAP tem já um plano de contingência elaborado.

 

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