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Resultados do Barclays mais do duplicam no primeiro trimestre, mas África afeta números

O Barclays apresentou números do primeiro trimestre, e a dois meses de concluir a reestruturação o banco duplicou os resultados, melhorou o rácio de capital e a eficiência. O lucro antes do imposto foi de 1,682 mil milhões de libras (cerca de 2 mil milhões de euros), acima dos 793 milhões de libras (942 milhões de euros) para o mesmo período do ano passado.
Toby Melville/Reuters
30 Abril 2017, 13h29

Quer no que se refere aos resultados antes de impostos (referencial usado pelos britânicos nas contas dos bancos), quer aos resultados depois de impostos, o Grupo Barclays mais do que duplicou os lucros no primeiro trimestre de 2017, impulsionados pela melhor performance na actividade internacional. Apesar disso, a atividade em África afetou o lucro atribuível.

O resultado antes de impostos foi  de 1,682 mil milhões de libras (cerca de 2 mil milhões de euros), acima dos 793 milhões de libras (942 milhões de euros) para o mesmo período do ano passado. Já os lucros depois de impostos foram de 1,209 mil milhões de libras esterlinas (1,4 mil milhões de euros) face às 545 milhões de libras (648 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2016.

Os números superaram a previsão dos analistas, mesmo tendo em conta uma imparidade extraordinária de 884 milhões de libras (1,05 mil milhões de euros) referente ao goodwill da participação do banco no Barclays Africa Group, que consomem a subida dos lucros e que o Barclays pretende vender nos próximos dois a três anos.
“Em África, aguardamos aprovação para os acordos de separação já assinados com a administração local, após o qual poderemos avançar na desconsolidação regulatória”, disse o presidente executivo do Barclays, Jes Staley, em comunicado.

“O desempenho no primeiro trimestre de 2017 demonstrou um bom progresso no sentido da conclusão da reestruturação do Barclays, com a melhoria do resultado antes de impostos do Grupo, um rácio de eficiência de custos / proveitos significativamente reduzido e uma posição de capital robusta. O negócio core entregou aos resultados uma rentabilidade dos capitais próprios de dois dígitos numa base de capital tangível materialmente maior, com forte crescimento de lucro refletindo a evidência contínua das vantagens de diversificação de clientes, geografias e produtos”, adiantou Staley, em comunicado.

O banco destaca a rentabilidade dos capitais próprios de 11%. Dentro disso, o Barclays UK e o Barclays International melhoraram os ROE para 21,6% e 12,5%, respectivamente.

A margem financeira do grupo foi de 2,519 mil milhões de libras (quase 3 mil milhões de euros), abaixo de 2,67 mil milhões de libras que tinha registado no 1º trimestre do ano passado. As comissões, no entanto, subiram para 3,3 mil milhões de libras (subiram cerca de mil milhões de libras face aos 2,3 mil milhões registados em março de 2016).

O lucro atribuível caiu 56,1% no primeiro trimestre deste ano, para 190 milhões de libras esterlinas (225 milhões de euros), face a igual período do ano passado (433 milhões de libras). Isto porque o banco contabilizou no primeiro trimestre deste ano um impacto negativo de 658 milhões de libras (781 milhões de euros) em relação a desinvestimentos em ativos em África (devido ao goodwill do Barclays África Group).

O desempenho do Grupo refletiu os fortes resultados core, nos quais o lucro antes de impostos aumentou 20% para 1.923 milhões de libras esterlinas, e uma redução substancial nos prejuízos da atividade non-core, que apresentou um prejuízo antes de impostos de 241 milhões de libras  (o que compara com 815 milhões de libras no primeiro trimestre de 2016).

Outros destaques são o forte aumento do rácio de capital, CET1, em 10 pontos base para 12,5%, incluindo o resgate das ações preferenciais em dólares, a compra de ações próprias para prémios aos empregados e as contribuições para o fundo de pensões; e a redução dos activos ponderados pelo risco nas atividades não core do banco.

O rácio de eficiência (costo-to-income) melhorou para 62%, comparado com 76% no primeiro trimestre de 2016, impulsionado por uma redução acentuada dos custos não-core e melhoria das receitas core.

“Estamos agora a apenas dois meses de concluir a reestruturação do Barclays”, diz o CEO do banco que se sente optimista quanto ao futuro do banco que se assume como um banco transatlântico de retalho, crédito ao consumo, empresas, e banca de investimento.

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