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Retalho alimentar em Portugal registou um crescimento de 3,5% em 2024 face ao ano anterior

Este aumento foi impulsionado pela inflação (+2,4%) e pela escolha de produtos mais caros (+2,3%), apesar da quebra no volume de vendas (-1,2%). No entanto, as vendas em termos reais (ajustadas à inflação) cresceram pela primeira vez nos últimos três anos, com uma subida de 1,1%, embora se mantenham 2,1% abaixo dos níveis de 2019.
8 Abril 2025, 16h57

The State of Grocery Retail 2025: Europe, hoje publicado pela McKinsey & Company e pelo EuroCommerce, analisou o setor do retalho em 2024 e regista que Portugal teve uma subida de 3,5% face a 2023.

Este aumento foi impulsionado pela inflação (+2,4%) e pela escolha de produtos mais caros (+2,3%), apesar da quebra no volume de vendas (-1,2%). No entanto, as vendas em termos reais (ajustadas à inflação) cresceram pela primeira vez nos últimos três anos, com uma subida de 1,1%, embora se mantenham 2,1% abaixo dos níveis de 2019.

O mesmo estudo revela que os supermercados lideraram o crescimento em valor, com um aumento de 5,2% nas receitas face a 2023 e um ganho de quota de mercado de 1,1 pontos percentuais, atingindo os 67,6%. Já os discounters registaram um crescimento mais moderado de 2,3% nas receitas, o que se traduziu numa ligeira perda de quota de mercado de 0,2 pontos percentuais, situando-se nos 17,7%.

Por sua vez as marcas próprias continuaram a consolidar a sua presença no mercado, com um aumento de 1,5 pontos percentuais face ao ano anterior. Paralelamente, o canal foodservice manteve a sua trajetória de crescimento, com um aumento de 5,3% em relação a 2023 e um desempenho 26,7% acima dos níveis de 2019.

Já na Europa, em 2024, os preços no setor do retalho alimentar cresceram pela primeira vez de forma real desde 2020.

Comparando com 2019, último ano completo antes da pandemia da covid-19, que perturbou as cadeias de abastecimento, as receitas na Europa cresceram 26,3%.

Ajustadas à inflação, as vendas continuam 4,1% abaixo do registado em 2019.

Os autores do relatório registam que 2024 “foi um ano desafiante para os retalhistas europeus” e que a pressão económica se manteve, “levando a um comportamento cauteloso do consumidor e a uma contenção generalizada nos gastos”.

No mesmo sentido, as lojas ‘discount’ e as marcas próprias continuaram a ganhar quota de mercado, mas um ritmo mais lento do que em 2023.

O documento foi elaborado com base em entrevistas a quatro presidentes de empresas do setor e em inquéritos a mais de 30 líderes de empresas europeias e a mais de 14.000 consumidores em 13 países europeus.

A previsão para 2025 é que o crescimento em volume “permaneça baixo”, e assim continue até 2030.

O foco dos retalhistas alimentar deverá passar para a captação de oportunidades de crescimento e para a criação de bases para futuros avanços, com os responsáveis das empresas do setor a mostrarem-se mais otimistas do que há um ano.

Para 2025, estima-se um aumento da diferenciação das marcas próprias (que deverão conquistar mais quota de mercado), da procura por alimentos saudáveis e a personalização como novo padrão de relação com o cliente, em particular com recurso a inteligência artificial.

O relatório McKinsey & Company e pelo EuroCommerce baseia-se em entrevistas a quatro CEOs de empresas do setor, num inquérito a mais de 30 CEOs europeus e num inquérito a mais de 14 mil consumidores em 13 países europeus.

 

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