[weglot_switcher]

Reunião da Assembleia Municipal de Lisboa interrompida: deputado do Chega chamou PSP

Uma intervenção do deputado do Chega na Assembleia Municipal de Lisboa, Bruno Mascarenhas, gerou controvérsia na sessão plenária do órgão local. Miguel Graça, independente eleito pela coligação PS/Livre, acusou o deputado municipal do Chega de fazer uma declaração “racista e xenófoba”. Bruno Mascarenhas não gostou e chamou a PSP.
15 Fevereiro 2023, 10h26

Os trabalhos da sessão plenária da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) foram interrompidos, na tarde desta terça-feira, pela presença da PSP. A força de segurança foi chamada ao local pelo deputado do Chega na Assembleia Municipal de Lisboa, Bruno Mascarenhas, que apresentou queixa contra Miguel Graça, independente eleito pela coligação PS/Livre.

De acordo com a agência Lusa, os agentes da PSP entraram na sessão plenária e, perante a azáfama, Rosário Farmhouse (PS), presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, interrompeu os trabalhos.

Os elementos da força de segurança saíram acompanhados pelo deputado Bruno Mascarenhas, que voltou depois à sala, explicando que apresentou uma denúncia por, alegadamente, ter sido vítima de racismo e xenofobia.

Antes da interrupção dos trabalhos, Bruno Mascarenhas tinha saudado o facto de a construção de uma mesquita no Martim Moniz estar a ser repensada. “A câmara entendeu que, realmente, era um perigo para a cidade que haja ali a questão do islão radical”, atirou, acrescentando que “uma coisa é acolher bem quem cá vem, outra coisa é defender a política de guetos, porque a multiculturalidade não é mais do que defender a política de guetos.”

Miguel Graça acabou por reagir a esta intervenção, considerando que a declaração foi “racista e xenófoba”, e avisou que “o racismo é crime em Portugal”. O deputado independente pediu ainda que a intervenção de Bruno Mascarenhas seja enviada à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR).

A deputada municipal do Bloco de Esquerda Maria Escaja destacou o momento nas redes sociais e lembrou que o deputado do Chega incumpriu as regras do debate democrático para fazer queixa. “O Chega tentou instrumentalizar a PSP como arma de intimidação política”, alegou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.